Alegria, protesto e descontração no Bando Anunciador

 

O Bando Anunciador vai às ruas de Feira de Santana nas primeiras semanas do mês de julho e anuncia a festa da padroeira da cidade, Senhora Santana. Hoje, 8 de julho, ele saiu às 7h do Cuca – Centro Universitário de Cultura e Arte.

O cortejo seguiu em direção à Praça Froes da Motta e retornou pela Rua Tertuliano Carneiro, passando ainda pela Praça da Bandeira, Rua Marechal Deodoro (com apoteose no tradicional Beco do Mocó) e chegada triunfal à Praça da Catedral.

 

 

O Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana foi resgatado em 2007 numa iniciativa da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), à qual está vinculado o Cuca.

O projeto teve como objetivo resgatar uma das principais festas populares da cidade, que atraía  milhares de foliões para as ruas, ou seja, o lado profano da festa que que antecipava as comemorações e o novenário a Senhora Santana, padroeira de Feira de Santana.

 

O cortejo do Bando Anunciador foi extinto por decreto municipal nos anos 80, a pedido da  diocese local, pois constituía a chamada parte profana das homenagens à Senhora Santana

 

 

Os feirenses sempre lamentaram a extinção do Bando, da Lavagem da Igreja e da Levagem da Lenha. A partir de 2007 o Bando voltou a alegrar as ruas de Feira de Santana e  aos foliões  dos diversos bairros da cidade, que dançam e protestam fantasiados, de maneira irreverente, ao ritmo das charangas, bandinhas e zabumbas.

 

Festa de Yemanjá na Bahia

 

 

“Quem desejar conhecer as grandes festas populares da Bahia – as mais belas festas populares do Brasil – que chegue a Salvador nos últimos dias de novembro e não tenha pressa de voltar. Vai conhecer todo um ciclo de festejos, em que a tradição ainda não morreu, a alma popular se expande com toda sua naturalidade e encontra um mundo dos mais ricos em pureza, em beleza, em poesia, em colorido. A cidade sabe entregar-se ao seu povo, sabe com ele fundir-se num só organismo, tornar-se como um único ser, cheio da mais completa vitalidade, da mais graciosa e perfeita comunhão.

Do último dia de novembro até oito de dezembro – o dia da Santa – temos a festa da Conceição da Praia. Logo após o Natal, Ano Bom, com a festa de Nosso Senhor dos Navegantes. E vem a seguir Reis, com os “ternos“; a festa do Bonfim, na “segunda dominga, depois da Epifania“, com o esplendor da igreja aliado aos festejos profanos, indo da lavagem do templo até a “segunda-feira da Ribeira“; a 2 de fevereiro, festa de Iemanjá, em vários recantos do Recôncavo, mas culminando no Rio Vermelho. O Carnaval, a Semana Santa, assistindo antes uma pesca do Xaréu. É programa não somente para o viajante despreocupado, mas também para o estudioso, que aproveitará os largos intervalos para conhecer mais de perto com as intimidades noturnas de suas ruas desertas – esta cidade, tão cheia de mistérios e sensualismo. Que não se perca um minuto da estrada na cidade mais cantada pelos poetas e compositores brasileiros. Há muita coisa que a Bahia tem e que não se mostra assim de primeira vista; também esta cidade gorda tem reservas para os eleitos, para os que não a desejam encontrar na primeira esquina, sorridente e fácil.”

TAVARES, Odorico. Bahia – Imagens da Terra e do Povo. 1951, p. 15.

 

O texto acima foi escrito por Odorico Tavares, nos anos 50. Algumas coisas mudaram na Bahia, mas o calendário das festas tradicionais populares continua o mesmo. Amanhã o bairro do Rio Vermelho estará em festa para saudar Yemanjá, a rainha do mar. Pescadores, artistas, turistas e o povo baiano, todos participam da festa e Dorival Caymmi compôs uma canção em homenagem à rainha do mar: Yemanjá:

 

2 de fevereiro

Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
Pra salvar Yemanjá

Eu mandei um bilhete pra ela
Pedindo para ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou

Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou…

 

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