Jorge Amado em letras e cores

 

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Amanhã, 14 de agosto, será lançado o novo livro “Jorge Amado em letras e cores”, de Rita Olivieri-Godet e Juraci Dórea, editado pela UEFS Editora.

O lançamento faz parte da programação do Curso Jorge Amado 2015 – V Colóquio de Literatura Brasileira, promovido pela Academia de Letras da Bahia e pela Fundação Casa de Jorge Amado.

Local: Fundação Casa Jorge Amado – Pelourinho – Horário: 17 horas

 

Juraci Dórea conta em livro a história de Feira de Santana

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Eron Rezende

Embora esteja no centro de Feira de Santana, apinhado de motos, vendedores de rua e negociantes de megafone, a casa de Juraci Dórea, feita à semelhança da arquitetura árida (barro e tijolos aparentes, plantas urticantes, terreno pedregoso), tem o som de um mosteiro no sertão. “Me apeguei fácil, por isso não consigo sair”, diz ele, erguendo os braços, como se apontasse para a invisível camada que abraça sua casa e a distingue da urgência mundana. “Dizem que um artista tem que encarar o silêncio como fonte de criatividade. Aprendi isso desde cedo”.

Sua reverência ao silêncio, no entanto, parece ser menos resultado da disciplina de um artista, e mais de um traço perene de personalidade. Juraci Dórea é um sertanejo. Seu corpo viceja o sertão. Nascido, criado e “enraizado”, com ele diz, em Feira de Santana, cidade que oscila entre a geografia árida e a litorânea, ele aparenta sempre habitar o lado árido da história. “A maior parte da minha infância passei vendo os vaqueiros, as boiadas no meio da rua. A minha vivência foi em cima dessa cultura”.

Daí vem o ímpeto que o fez colocar em telas, murais e esculturas o cotidiano das terras ressequidas, a ponto de utilizar o próprio semiárido baiano como superfície de exposição, espelhando obras em comunidades do interior – algo que está na base do Projeto Terra, iniciado há 30 anos, que levou o nome de Dórea para importantes mostras de arte, como as bienais de São Paulo, Havana e Veneza. Em seu ateliê, situado ao fundo da casa, ele, com 70 anos, trabalha agora num novo projeto, uma mescla de biografia, memórias e colagem: pretende, num livro, contar a história de Feira de Santana.

“Eu queria fazer um trabalho sisudo e histórico, mas, aos poucos, percebi que o maior legado que posso deixar é uma história subjetiva”, diz, indicando uma mesa atulhada de livros, fotos e revistas que versam sobre a cidade, acumulados em quase 50 anos de carreira. Com a mente livre de um ensaísta, Dórea pretende, a partir das mudanças arquitetônicas (como a extinção de prédios históricos de arquitetura eclética), fazer uma narrativa pessoal sobre sua cidade natal.

O livro, que será concluído no final do primeiro semestre, terá edição da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde Dórea atuou como professor do Departamento de Letras e Artes. Hoje aposentado, ele debruça-se exclusivamente sobre a feitura da obra. “É um projeto que martela minha cabeça há tanto tempo que eu achava que nunca fosse realizar. Quando a universidade colocou prazo, pensei: ‘É agora'”.

Terra

A formação em arquitetura pela Ufba o ajudará na análise das mudanças urbanas, mas é o talento de arquivista que parece sustentar a empreitada. Dórea possui catalogado praticamente tudo referente a sua própria trajetória. Numa estante próxima ao computador, que usa para digitalizar registros ainda em papel, ele guarda negativos de fotos que exibem suas primeiras exposições, a passagem das telas em carvão para as de tinta, a utilização das primeiras peças de couro em esculturas e, claro, todo o percurso do Projeto Terra.
“Esse foi um trabalho que não achava muito espaço nas mostras de arte oficiais. Aí me ocorreu  não expor na cidade, nos museus, nos circuitos oficiais, mas devolver esse trabalho para o sertão”, diz sobre o Projeto Terra. “Em vez de fazer a exposição nos museus, eu fiz a exposição no próprio ambiente de inspiração”.

Os registros mais curiosos da saga do Projeto Terra são os da interação dos moradores com as obras, sobretudo com as esculturas abstratas feitas com madeira e couro curtido. Há sempre uma reverência cautelosa, como a que exibe Edwirges, senhora que, durante o início do projeto, em 1984, auxiliou Dórea no contato com os moradores de diversos povoados do sertão, como Monte Santo, Canudos e Raso da Catarina – a estação ecológica próxima a Santa Brígida, local das aventuras de Lampião e seu bando.

“Sertão é uma palavra abrangente, porque em cada estado do país tem um. Mas o meu  é o do Nordeste. Começa em Feira e se espalha pelo oeste”, diz. “Mais do que isso,  para mim, é o lugar das coisas essenciais, onde nada é supérfluo, nada pode sobrar”.

No ano passado, quando a trajetória de Dórea foi reverenciada com uma mostra na 3ª Bienal da Bahia e com o documentário O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas, dirigido por Tuna Espinheira, passou pela sua cabeça que a vida, dali em diante, seria feita com o “ócio de quem se  aproxima do fim”. Ideia que, ele diz, “chegou e foi em dois segundos”. Após concluir o livro, já planeja retomar a série de quadros Cenas Brasileiras (que emulam a literatura de cordel) e já não acha descabido aventurar-se numa nova expedição para o Projeto Terra. Um fruto, ele lembra, da produtividade germinada no silêncio.

Fonte: Jornal A Tarde

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Exposição Phantasias – Lançamento de livros

A phantasias

O Museu de Arte Contemporânea, encerrando suas atividades expositivas do ano de 2014, apresenta no dia 04 de dezembro, às 20h, a mostra de artes visuais Phantasias que reúnem os artistas Antonio Brasileiro e Juraci Dórea. A exposição de Brasileiro consiste em vinte telas de diversos tamanhos e Juraci, telas e instalações. Junto às exposições, teremos os lançamentos dos livros de poesia inéditos Longes terras e O livro das phantasias de Brasileiro e Juraci respectivamente, pelas edições MAC, que publica frequentemente escritores feirenses.

O livro das phantasias é o sexto livro de Juraci quereúne 42 poemas de diferentes décadas (70, 80 e 90) todos intitulados phantasia; “os azulejos sabem/que o silêncio vem de longe/que todo silêncio vem de longe/­- como os crisântemos e as borboletas”. (Phantasia 13)

O livro Longes terras marca o retorno do poeta Antonio Brasileiro com o lançamento de livros inéditos, com 64 poemas que foram escritos entre 2005 e 2013; “Não nos iludamos: Tudo é só real./O sim, velhos panos./O erro, plural./Que a vida é passagem/(sabemos) somente./É tudo real/Criação da mente”. (Poema)

Antonio Brasileiro é pintor, poeta baiano, professor e membro da Academia Baiana de Letras. Possui mais de vinte títulos de poesia publicados. Nasceu em Matas do Orobó, interior da Bahia e reside em feira de Santana desde as obras publicadas, destacando-se entre eles: Caronte (romance, 1995), Antologia poética (1996), Da inutilidade da poesia (ensaio, 2002), Poemas reunidos (2005) e Dedal de areia (poesia). Recentemente lançou o livro Desta Varanda, pelo selo cartas baianas, além de ser o idealizador da revista baiana de literatura Hera.

Juraci Dórea, poeta e artista visual. Nasceu em Feira de Santana, Bahia. Publicou os livros Umquasepoema para Edwirges (poesia), 1976, Eurico Alves, poeta baiano(ensaio), 1979; Poema de Feira de Santana ( poesia), 2012

O evento terá a intervenção de atores e poetas declamando poesias, além da exibição de vídeos Arte produzidos pelos artistas George Lima e Caetano Dias.

 

Data: 04/12/2014

Horário: 20h

Local: Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira

Rua Geminiano Costa, 255, Centro – Feira de Santana -BA

Maiores informações: (75) 3223-7033 – macfeira@gmail.com

 

Juraci Dórea

 

Feira de Santana vai assistir na noite de 15 de outubro, às 20 horas, no Orient Cineplace, ao lançamento do filme documentário de Tuna Espinheira “O Imaginário de Juraci Dórea no Sertão: Veredas”.

Trata-se de uma homenagem merecidíssima ao arquiteto, poeta  e artista plástico Juraci Dórea, filho querido da cidade e detentor de uma obra original e diversificada.

O convite para a sessão especial é da Prefeitura de Feira de Santana, Ancine, BRDE, TVE Bahia e Larty Mark.

Prometo aos amigos do blog, que até o dia 15 de outubro, data em que se comemora o aniversário do artista Juraci Dórea, publicarei um post bem consistente sobre o artista.

Juraci