Vestibular UEFS- Candidatos devem ficar atentos às recomendações do ProSel

 

A partir deste domingo (1º/12), 13.416 candidatos começam a disputa por 950 vagas oferecidas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), em 28 cursos. Para se sair bem nas provas, além da preparação quanto aos conteúdos programáticos, especialistas recomendam uma alimentação balanceada e uma boa noite de sono. As provas do vestibular 2014.1 (ProSel) seguem até terça-feira (3).

O candidato também deve ficar atento quanto às determinações previstas em Edital sobre objetos que podem ou não ser utilizados durante as provas, sob pena de exclusão no processo seletivo. Calculadora, agenda eletrônica, relógio digital e telefone celular são objetos proibidos.

Para responder as provas e preencher os gabaritos, o candidato deve utilizar caneta esferográfica de corpo transparente e de tinta azul ou preta.

O local de prova está disponível no cartão convocação, documento que pode ser acessado no portal da Uefs na internet (www.uefs.br, na seção “ProSel”). É necessário que seja informado o número de inscrição ou o CPF do candidato.

As provas terão início sempre às 8h. Os portões serão abertos às 7h15 e fechados às 7h50. É sempre bom lembrar que a Bahia está fora do horário brasileiro de verão. Portanto, as provas começam às 8h no horário praticado na Bahia.

No primeiro dia do vestibular, domingo, serão aplicadas as provas de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Redação e Língua Estrangeira. Na segunda-feira (2), as provas serão de História, Geografia e Matemática. No último dia, terça-feira, serão avaliados os conhecimentos de Física, Química e Biologia.

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Uefs – Comemoração dos 45 anos do curso de Letras em Feira de Santana

 

45 Anos do Curso de Letras - Palestra com Prof. Jerônimo de  Morais

No cenário de um casarão antigo, sem muitas ferramentas de ensino, com um número reduzido de professores e um leque de desafios. O ano era 1968 e começava, em Feira de Santana, a história de um curso que marcou a implantação do Ensino Superior na cidade. Os 45 anos do curso de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), foram lembrados durante a Mesa de Abertura da “11ª Semana de Letras”, na manhã desta segunda-feira (25).

O curso foi implantado por entidades que antecederam a atual Uefs: a Faculdade de Educação de Feira de Santana, que depois passou a Fundação Universidade de Feira de Santana. A Uefs foi autorizada pelo Decreto Federal 77.496 de 27 de abril de 1976.

Dentre os palestrantes, presença do professor emérito da Uefs e um dos fundadores da graduação, José Jerônimo de Morais. “A implantação do curso de Letras representou uma grande possibilidade, sobretudo para os jovens daquela época, que não precisariam se deslocar para Salvador quando quisessem cursar uma faculdade. Nós, do curso de Letras, nos mos pois quando a Uefs surgiu, já éramos uma semente germinada”, destacou.

45 Anos do Curso de Letras2 - Palestra com Prof. Jerônimo de Morais

Na abertura da Semana, a diretora do Departamento de Letras e Artes (DLA), professora Mávis Dill Kaipper destacou que o curso tem hoje cerca de 100 professores, que trabalham para que a formação dos mais de 700 estudantes tenha a melhor qualidade.

Até a próxima sexta-feira (29), com o tema “Linguagem, Literatura e Memória: uma viagem pelos 45 anos do curso de Letras”, a Semana vai reunir estudantes, professores e pesquisadores, no Módulo 2 do campus universitário. Para ampliar as discussões, são realizados minicursos, oficinas, mesas-redondas, sessões de comunicação e apresentações de pôsteres.

Qualquer pessoa da comunidade, interna ou externa, pode participar, inclusive com inscrição. Os interessados podem procurar a comissão organizadora no local de realização das atividades.

Dentre as atividades, estão, ainda, o Sarau das Letras (quarta-feira, às 18h, na Praça Borogodó) e a Solenidade Comemorativa (quinta-feira, às 17h, no Anfiteatro, módulo 2 do campus).

 

45 Anos Letras da Uefs- palestrante Mávis Dill Kaipper -Foto-Edvan Barbosa

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Um personagem de Luís Pimentel

 

O carioca de Feira de Santana

 

Luís Pimentel

Toda vez que ouço Jackson do Pandeiro cantando sua parceria com Elias Soares Filomena, dê um jeito em Fedegoso, tá fanhoso parecendo uma taboca/Passou dois meses lá no Rio e veio embora, agora tá falando carioca”, me lembro de Belarmino.

Nosso herói (herói é assim, cada um pode eleger o seu) morava no bairro da Kalilândia, em Feira de Santana, e um dia decidiu que estava na hora de tentar  sorte no Rio de Janeiro. Um amigo disse que tinha um primo em Vaz Lobo e um concunhado na Rocinha, poderia fazer uma ponte para garantir o teto. Belarmino não fez por menos:

– Ou o Leblon ou nada!

Gostava de um hit do Luis Reis, na voz de Miltinho, garantindo que “quem é bom de samba lá no Leblon, senta na mesa e puxa o tom, e o samba sai no guardanapo…” É que Belarmino tinha projetos de virar compositor, guardava suas ideias para desenvolver quando tivesse clima. E em termos de clima propício o Rio dava show, especialmente com aqueles bares repletos de “intelectuais, poetas consagrados e escritores geniais”, como nos versos da canção.

Por isso, depois das vinte e oito horas e quase mil e quinhentos quilômetros no lombo da Viação São Geraldo, Belarmino se instalou no apartamentinho que alugava quartos a rapazes solteiros nas imediações da Bartolomeu Mitre. Dali era um pulo até o Bracarense, o Jobi, o Diagonal, a Pizzaria Guanabara, pontos sempre lotados de artistas, a praia, a boemia, mulheres capazes de inspirar qualquer criador.

Belarmino bateu muita perna pelas ruas do bairro, mostrou composições suas a uns e a outros, sem conseguir empolgar ninguém, até a esperança e o dinheiro economizados para a aventura acabarem e ele fazer o caminho de  volta. O Rio e o Leblon renderam pouco em termos de experiência de vida, mas o nosso herói tinha facilidade para pegar sotaque alheio. De volta a Feira de Santana, Belarmino ficou logo marcado por um jeitão dolente de fazer desfilar os verbos e um grunhido chiado de pronunciar certas sílabas parecendo uma taboca. Ganhou logo o apelido pouco original de Carioca e viveu o resto dos seus dias nos bares da Kalilândia, Queimadinha e Getúlio Vargas.

Entre uma cerveja (que ele pronunciava Ceeeerrrva) e outra, contava histórias vividas por ele no que chamava de “metro quadrado mais musical do planeta” (o maix era assim, meio axizelado), o Leblon para quem é bom. A galera ia ao delírio quando ele pronunciava expressões como “mermão”, “meeexmo”, “Mengô”, “Futibó”, “feixoada”, “Poxto Seix”, ethicetera.

– As historinhas – diziam – ninguém aguenta mais escutar. Mas o carioquês do Belarmino é impagável…

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Lançamento de livro

O Realismo Pós-metafísico. Uma sociedade de exclusão no cinema e na literatura brasileiros.

Lançamento: 6 de dezembro, às 11 horas, na Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho.

Como se formou o crime organizado no Brasil? Qual a responsabilidade da ditadura militar na instauração da criminalidade?

Qual o modo de existência do Estado de Direito na sociedade brasileira? Os direitos humanos acabaram numa sociedade neo-liberal? Por quê esta sociedade não tolera ouvir falar sobre os direitos humanos?

São esses tipos de questões que esse livro suscita através de uma análise apurada de narrativas literárias e fílmicas que abordam a violência urbana atual.

O foco do realismo pós-metafísico é analisar o desmoronamento das idéias universais de justiça, mostrando como os direitos se fragmentaram, de acordo com os contextos de diversidade cultural que a pós-modernidade autorizou.

Na modernidade, os valores metafísicos entraram em crise, uma vez que na sociedade da técnica não havia mais lugar para pensamentos transcendentes. Mas a memória de valores de justiça social emergiram distorcidos no seio de grupos de poder paralelos, numa lembrança deformada do que seria um Estado de Direito.

Esta obra que expõe elos fundamentais entre Literatura, Cinema e Direito, analisa narrativas brasileiras emblemáticas, que mostram como valores pós-metafísicos tem se desenvolvido em comunidades de exclusão, e como tais comunidades buscam compor códigos jurídicos suscetíveis de livrar os sujeitos da brutalidade instaurada por sistemas autoritários e arbitrários de governo. Ela dialoga com Kafka e Foucault para a compreensão do arbitrário do poder; e busca a estética semiótica de Peirce para lidar com as questões complexas que pairam nas representações da história contemporânea.

Licia Soares de Souza professora  da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), colaboradora do Pós-Cultura da UFBa, professora associada da Universidade do Quebec em Montreal, e pesquisadora do CNPq. Doutora em Semiótica pela Universidade do Quebec em Montreal, publicou vários artigos e livros em semiótica narrativa, no Brasil, Canadá e Alemanha, entre outros:  Introdução às Teorias Semióticas (Vozes, 2006), e Literatura e Cinema. Traduções Intersemióticas (EDUNEB, 2009).

SOARES DE SOUZA Lícia. O Realismo Pós-metafísico. Uma sociedade de exclusão no cinema e na literatura brasileiros. Feira de Santana, EDUEFS/ FAPESB, 2013.

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