Lápis de cores

 

A foto que ilustra este post foi feita por mim em 2012, na cidade de Issoire, no Maciço Central (Auvergne), interior da França. A cesta cheia de lápis coloridos fica numa  rotatória e eu imaginei, na época, que era uma homenagem ao período letivo que se iniciava naquele momento. Recentemente constatei que a escultura permanece lá, no mesmo lugar. Com o fim do Carnaval aqui no Brasil e com o início do ano normal – e letivo –  aproveito para homenagear os estudantes que voltam às aulas. Afinal, lápis de cores são sempre bem-vindos; lembram desenhos coloridos, arte, beleza…

Auvergne Issoire (15)

Paris – Peso de cadeados danifica a Pont des Arts

 

Aos casais apaixonados que decidirem aproveitar as ruas e pontes de Paris para declarar seu amor, a prefeitura da ‘cidade-luz’ pede: troquem cadeados por ‘selfies’.

A campanha foi lançada nesta segunda-feira (11) com o objetivo de resguardar as antigas pontes da cidade, nas quais se transformou uma tradição colocar cadeados simbolizando a passagem enamorada por ali.  A ideia é que os casais façam fotos e depois as publiquem na internet, em vez de usar os cadeados, já que eles “pesam muito sobre as pontes parisienses”, segundo a prefeitura.

No dia 8 de junho, uma parte do alambrado da Pont des Arts desabou, sem causar vítimas, possivelmente por conta do peso das dezenas de milhares de ‘cadeados do amor’ presos a ela. Sobre o rio Sena, a Pont des Arts fica na altura do Museu do Louvre e é muito procurada pelos casais.

A mania começou em 2008 e virou moda entre milhares de turistas. O cadeado com o nome do casal é trancado preso à estrutura da ponte e a chave é jogada nas águas do rio.

A partir de hoje, pedestres encontram adesivos em algumas das pontes mais conhecidas da cidade sugerindo a adesão à campanha, que tem um site dedicado à postagem das fotografias. Pelo Twitter, a proposta é usar a hashtag #lovewithoutlocks (amor sem cadeados) junto com os ‘selfies’.

“É o primeiro passo em um plano mais amplo, uma tentativa inicial de comunicação para dizer às pessoas que os cadeados não são bons para o patrimônio cultural de Paris e que não são, na realidade, uma maneira ideal de simbolizar o amor”, informou a prefeitura. (Com agências internacionais)

Fonte: UOL

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Paris – Torre Eiffel investe em energia limpa

 

Torre Eiffel vai produzir energia limpa e filtrar água da chuva

O primeiro andar da Torre Eiffel será completamente restaurado até o final de 2014, num conjunto de obras que inclui a instalação de painéis solares, turbinas eólicas e sistemas de reaproveitamento da água das chuvas. O objetivo é fazer com que a adoção das fontes de energia limpa diminua a pegada ecológica do local, que também terá novas medidas de acessibilidade, melhorando a experiência de turismo das pessoas com necessidades especiais e mobilidade reduzida.

O projeto de restauração teve início em 2012 e demandou uma verba total de 24,9 milhões de euros, utilizados também para a demolição e reconstrução de algumas partes do primeiro andar e dos pavilhões Ferrié, onde se encontram serviços, como restaurantes e lojas. Os painéis e turbinas eólicas na estrutura vão produzir eletricidade limpa para iluminar o ponto turístico, que apenas utiliza lâmpadas de LED.

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Segundo o site InHabitat, quatro moinhos de vento instalados na torre serão os responsáveis por gerar energia para um sistema de filtragem da água das chuvas, que será captada por meio de um módulo de escoamento inserido na estrutura. Além de restaurantes e lojas, a área também abrigará um museu ao ar livre, um anfiteatro e salas de reuniões.

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Projetadas pelo escritório de arquitetura Moatti-Rivière, as reformas do primeiro andar da Torre Eiffel incluem a instalação de um piso transparente, para que os visitantes possam olhar para baixo e perceberem que estão a 57 metros acima do chão. Além disso, o local vai ganhar varandas, permitindo que os turistas enxerguem Paris por um ângulo diferente – e muito mais sustentável.

Redação CicloVivo

 

Um edifício público parisiense – La maison de la radio

 

A casa redonda de Paris

Danielle Legras

A maison de la radio fica num prédio imponente e cilíndrico localizado na requintada rive droite de Paris.

Projetado nos anos sessenta pelo arquiteto francês Henry Bernard, o edifício avant-garde possui dimensões faraônicas. São cem mil metros quadrados que se dividem em mil escritórios e sessenta e um estúdios de gravação. O arquiteto não hesitou ao utilizar os dois materiais mais inovadores da época: o alumínio e o vidro. O resultado é uma construção de aparência um pouco austera, mas de inegável beleza.

É nesta constelação de estúdios que sete estações de rádio transmitem diariamente alguns dos programas mais interessantes produzidos no país. Esta reunião de estações compreendem a Radio France, o serviço público radiofônico francês.

É preciso fazer um breve parênteses e ressaltar o fato de que a mídia radiofônica é uma verdadeira instituição na França. Talvez a grande demanda do público, explique a altíssima qualidade das diversas programações. Os temas são ricos e variados, um verdadeiro deleite.

A estação France Info se encarrega de uma cobertura jornalística non stop, elaborada com inteligência e sutilidade. Ela é composta de jornais, longas reportagens, análises e debates ligados à atualidade.

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Radio France

 A estação France Culture apresenta um vasto universo cultural cujos temas abordados englobam a literatura, o teatro, o cinema, a filosofia, a espiritualidade, e ainda as chamadas “culturas do mundo”, análises sobre as problemáticas de diferentes países e regiões do planeta.

A estação France Inter, de temática geral, é definitivamente uma das mais populares dentre as que integram a Radio France. O programa da manhã, o “7/9”, apresentado pelo jornalista Patrick Cohen, se encontra na pole position (em termos de audiência) dos demais programas matinais de rádio.

A estação Fip, possui uma programação exclusivamente musical que inclui todos os gêneros: variedades francesas, rock, word music, músicas de filmes, etc. Ela possui um repertório impressionante, já que a Radio France é a maior discoteca do mundo, contabilizando mais de 1.500.000 de CDs e discos. A estação France Musique se interessa unicamente à transmissão da música clássica e do jazz.

Por fim, a estação Le Mouv se dirige aos mais jovens e France Bleu se encarrega de 44 outras estações locais.

No ano passado, a maison de la radio festejou em grande pompa seus cinquenta anos. Então, vida longa à Radio France! Graças a ela e seus colaboradores, o mundo e seus infinitos paradoxos parecem menos absurdos e mais poéticos. Graças a ela, o jornalismo de qualidade ainda consegue se exprimir e chegar aos ouvidos do público. Vive la maison de la radio!

Fonte: Blog do Noblat – Danielle Legras é jornalista e tem duas grandes paixões, seu métier e Paris. Há dez anos, decidiu unir o útil ao agradável.

 

E um, e dois, e três a zero!

 

Ana Carolina Peliz

Se você mora ou já morou na França depois de 1998, o título deve ter recuperado em sua memória amargos souvenirs. Este é o grito de guerra dos franceses em cada jogo de futebol da seleção francesa contra o Brasil e, claro, faz referência à final da Copa em que fomos arrasados e humilhados por eles, de goleada.

Lembrou? Pois imagine como é dolorido para os brasileiros que moram na França ouvir isso a cada vitória francesa contra nossa seleção. E o pior é que não foram poucas. O Brasil, que ganhou da França por 3 a 0 em um amistoso no último domingo, não ganhava dos bleus desde 1992. Isso fez com que eles perdessem completamente o respeito por nós.

Na Copa da Alemanha, em 2006, eu estava em um casamento na Alsácia no dia do jogo Brasil x França – como diria meu marido, que é francês, “quem pode se casar em um dia como este?” – e era a única brasileira da festa. Após nossa derrota, um convidado veio me consolar e disse, “o Brasil também é muito bom no futebol”. “Também?”, respondi eu, “meu senhor, nós somos o país do futebol”, e ouvi um, “sim, e nós ganhamos do país do futebol”.

Depois dessa, resolvi me calar. E foram derrotas atrás de derrotas. Viramos fregueses! Como explicar? Quando jogávamos com nações com maior tradição de futebol como Itália ou Argentina, eu sabia que tínhamos chances, mas contra a França, parecia um tipo de impedimento psicológico, ou pura e simples “urucubaca”.

Em fevereiro de 2011 fui assistir ao amistoso no Estádio de France, achando “agora vai, não tem mais Zidane”! Perdemos de novo! Os franceses já nem comemoravam. Diziam sem complexo que a França tinha jogado feio, que poderia ter ganho por mais.

Dia de jogo contra a França passou a ser dia de sofrimento. De se trancar em casa para não ouvir o famoso “et un, et deux et trois zéro”. Fazer o quê? Se resignar e voltar sempre, como bom freguês.

Por isso, no domingo passado, quando comecei a assistir o amistoso Brasil x França, achei que parecia um roteiro repetido de outras derrotas, sem muito interesse. Aí o Brasil fez o primeiro gol. Não confiei. Ainda era possível virar.

No segundo gol pensei: “só mais um, só mais um” e… gol! Aí, a frase que queria tanto ser pronunciada, saiu naturalmente: “et un, et deux, et trois zéro!”. Todos meus amigos brasileiros que moram na França encheram suas páginas das redes sociais com o grito de guerra que antes era francês.

Para o resto do mundo, pode ter sido apenas um amistoso. Mas para os brasileiros da França, foi uma esperada revanche.

 Fonte; Blog do Noblat – Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV.