Flagrante de hoje à tarde
Flagrante de hoje à tarde
“Não desejo luxúrias, nem futilidades/Desejo continuar acertando sempre e em prol de todos/Preciso sair dessa fase sem progressos e de dificuldades/Preciso obter os frutos de toda uma luta anterior e realizar novas sementes”.
Damário Dacruz, o poeta que conquistou admiradores com seus textos críticos e anticapitalistas, com suas palavras duras, mas verdadeiras para serem lidas e ouvidas, ainda continua arriscando, vivo e presente em forma de novos versos.
A Fundação Pedro Calmon promove, através do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura, em 3 de dezembro (sexta-feira), às 14h30, em Cachoeira, mais uma edição dos Seminários Novas Letras com o tema Damário Dacruz: O Bardo do Recôncavo. O evento acontece no Pouso da Palavra, espaço cultural criado pelo poeta, e contará com a participação de leitores, poetas, estudantes, além dos admiradores da sua produção.
Na programação, gratuita, haverá recitais de poesias e performances, além de palestras. O evento tem como objetivo lançar o livro Bem que te Avisei, publicação póstuma em homenagem ao poeta, que morreu em maio deste ano. A ideia de divulgação, através de um livro, dos poemas inéditos de Damário surgiu da viúva, Graça Cruz, que resolveu levar aos leitores novos versos deixados pelo autor.
Foto: Leni David
Local: Galeria da ACBEU
Título: Paisagem Fragmentada (FOTOGRAFIAS)
Data: Abertura: 03.12.2010 das 19:00 às 22:00h.
Visitação: de 04 a 18.12.2010 (segunda a sexta) das 14 às 20h, sábado das 16 às 20h (entrada franca).
Curadoria : Dilson Midlej
O artista é natural da cidade de Barbacena, Minas Gerais, radicado na Bahia desde 1984. Já expôs na Galeria Carlo Barbosa do Centro Universitário de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana (2009).
Participou também da IX Bienal do Reconcavo (2008), da exposição coletiva de inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (1996), do XI Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, realizado no Centro de Cultura Amélio Amorin , em Feira de Santana (1995).
As cores, formas e detalhes das embarcações estacionadas nas praias do Porto da Barra, Ribeira e Rio Vermelho, em Salvador, chamaram a atenção do artista e foram o ponto de partida para a realização do seu trabalho.
Com um olhar muito particular, Silvério captou suas imagens, as quais denominou “Paisagem Fragmentada” numa metáfora ao fenômeno geográfico de fragmentação da paisagem provocada pela ação humana.
Texto do curador Dilson Midlej
“As ondas de cores das pinturas dos barcos das imagens de Silvério que compõe a série “Paisagem Fragmentada”, com suas camadas de tintas carcomidas pelo sal e enrugadas pelos mares dos anos, formam um conjunto que celebra a brisa do mar e a luz solar. Pode-se mesmo dizer que o conjunto denota a preocupação do fotógrafo na busca de uma possível perfectibilidade da paisagem, ou melhor, da postura do artista frente a natureza.
Perfectibilidade, entenda-se na acepção de se aperfeiçoar, conforme notou Rousseau, não o de se tornar perfeito. Assim, somente o imperfeito é perfectível, mas só o é contanto que possa mudar, e se mudar. A perfectibilidade seria, então, uma evolução, mas histórica e cultural, em vez de natural.
Não é, portanto, a natureza externa (paisagem natural) que move o fotógrafo, mas a perfectibilidade de enxergar, o aperfeiçoar da visibilidade das estruturas de cores, volume e texturas, pois a paisagem ideal, nas imagens de Silvério, não é aquela que se oferece completa e sim a forjada pela navegação do olhar, por lentes, filtros e objetivas que remam a sensibilidade e apontam novas rotas e ancoradouros.
O resultado é o encontro do olhar navegador do fotógrafo com a sua paisagem interior, olhar esse que resgata suas paisagens internas e deixa aflorar os sentidos submergidos da beleza das coisas simples e resulta em composições às quais se valem de uma geometria sensível como recurso expressivo. Olhar movido pela crença de que mais do que contemplar paisagens, é preciso navegá-las e descobri-las ao mesmo tempo que as reconstrói.”
Dilson Midlej é Mestre em Artes Visuais (UFBA) e Professor de História da Arte da Universidade Federal do Recôncavo
Justino Marinho
RUPTURA
Irma Caribé
…e rasgando a ventania
(leveza e fúria)
nada mais é preciso mulher
que arriar as velas
ocupar a gávea
soltar os cabelos
suspirar profundo
olhar ao longe
nada dizer…
permitir apenas
que seus olhos digam…
(Um solto no outro, p. 70)
Írma Rosa de Lima Caribé Amorim – Nasceu em Feira de Santana. Odontóloga e educadora, Irma também era poeta; ela dirigiu o Centro de Cultura Amélio Amorim, foi vice-presidente da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana e membro da Academia de Cultura da Bahia. Publicou Um solto no outro (2003), em parceria com os poetas Cardan Dantas e Paulo Pedro Pepeu. Em 2005 publicou Noite Clara e em 2006, Avenida Senhor dos Passos. Tem poemas publicados nas revistas Hera e Arquitextos. Irma Rosa viveu o dia-a-dia da cultura baiana.
Os poetas não morrem, viram estrelas!
Há cerca de um mês descobri no jardim da minha casa uma planta linda, surpreendente e exótica. Ela nasceu no chão sem nenhum cuidado especial e parece uma orquídea; fotografei-a de vários ângulos, impressionada com a sua beleza e notei algo inusitado: a flor brota da folha. Não conheço a sua origem e não sei o seu nome, embora já tenha procurado em livros de botânica.
Alguém a conhece, ou sabe o seu nome? Ajude a devendar esse mistério!