Manifestações da cultura negra na mostra de Gabriel Ferreira


A Capoeira de Angola e o Candomblé estão presentes nos trabalhos do artista visual Gabriel Ferreira, que poderão ser vistos na Galeria de Arte Carlo Barbosa, no Cuca, a partir das 20h da próxima terça-feira (19). A mostra, com a temática “Brinquedo dos Angolas e Orixás: Aloísio Resende e Bel Pires”, ficará aberta à visitação pública até 15 de maio.

Para colar estas duas manifestações, o artista se debruçou sobre o trabalho de pesquisa historiográfica do mestre de capoeira e professor Bel Pires, o qual entrelaçou com a poesia de Aloísio Resende, poeta feirense que viveu entre 1900 e 1941, aliado à admiração pessoal que tem pelo Candomblé.

“Como o texto poético embala muitas das minhas ilustrações, fascinei-me com a possibilidade de colocar tudo num mesmo prato de barro e despachar numa Galeria”, afirma Gabriel, que seguiu inspirado pela poesia de Aloísio, conhecido como o Poeta dos Candomblés; por Bel Pires em alguns dos seus artigos científicos, “para poder apresentar ao público mais uma das minhas aventuras pictóricas lastreadas em elementos textuais”, completa.

O artista explica que a mostra não é um apanhado geral a respeito da capoeiragem e do candomblé, não se trata de uma reedição acerca dos temas e sim uma abordagem bem particular através de pinturas, com um discurso que versa, tece e aproxima as duas linguagens.

Segundo ele, o Grupo Malungo, sob a coordenação do mestre Bel Pires, é grande incentivador do seu trabalho com a capoeiragem, pois além de emprestar o nome “Brinquedo  dos Angolas”, disponibiliza acervo fotográfico e bibliográfico para subsidiar a sua produção.

Além de artista visual, Gabriel Ferreira também é músico, filho da percussão, como ele próprio se define, com aprendizado e passagem pelas filarmônicas Maria Quitéria e 14 de Agosto. Natural da vizinha cidade de Tanquinho, mas residente em Feira de Santana, o artista participou de mostras individuais e coletivas em salões e bienais no Brasil e exterior.