Reflexão oportuna

 

“Já que colocam fotos de gente morta nos maços de cigarros por que não colocar também:

de gente obesa em pacotes de batata frita,

de animais torturados nos cosméticos,

de acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas,

de gente sem teto nas contas de água e luz,

e, principalmente, de políticos corruptos nas guias de recolhimento de impostos?” 

(Enio Stahlhofer)

 

 

Autoridade e prepotência

 

Um oficial do DEA (Drug Enforcement Administration) vai a uma fazenda no Texas e diz ao dono, um velho fazendeiro:

– Preciso inspecionar sua fazenda por plantação ilegal de maconha!

O fazendeiro diz:  Ok, mas não vá naquele campo ali. E aponta para uma certa área.

O oficial indignado responde: – O senhor sabe que tenho o poder do governo federal comigo?  E  tira do bolso um crachá mostrando ao fazendeiro: – Este crachá me dá a autoridade de ir onde quero… e de entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma  pergunta. Está claro? Me fiz entender?

O fazendeiro, todo educado, pede desculpas e volta para os seus afazeres. Poucos minutos depois ouve-se uma gritaria medonha e o fazendeiro vê o oficial do  governo federal correndo para salvar sua própria vida, perseguido pelo Santa Gertrudes,  o maior touro da fazenda.

A cada passo o touro chegava mais perto do oficial, que seria chifrado antes de conseguir alcançar um lugar seguro. O homem estava  apavorado. O fazendeiro largou suas ferramentas, correu para a cerca e gritou com todas as forças de seus pulmões:

– Seu Crachá, mostra o seu crachá!

 

Observação: recebi por e-mail

 

Ter razão ou ser feliz?

 

Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo, bem como o caminho que ela consultou no mapa antes de sair.

Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber:

– Se você tinha tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devia ter insistido um pouco mais…

E ela diz:

– Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão e se eu insistisse mais teríamos estragado a noite!

                                (Autor desconhecido)

 

Recebi esse texto por e-mail (obrigada, Carol!) e com a mensagem, uma explicação: essa historinha foi contada por uma empresária durante uma palestra cujo tema era “simplicidade no mundo do trabalho”. Ela usou a cena para mostrar o quanto de energia nós gastamos, apenas para demonstrar que temos razão, independente de tê-la ou não.

E é aqui que o texto tem a ver comigo, que já briguei muito para defender meu ponto de vista. Hoje, prefiro ser feliz a ter razão!

 

Dia Internacional da Mulher

 

  

Sempre que falo ou escrevo sobre o “dia internacional da mulher”, fico um pouco constrangida; primeiro porque sou contra dias especiais, pois essas datas sempre terminam deturpadas pelo apetite comercial. Segundo, porque as homenagens sempre transfiguram  a imagem da mulher.

 Acredito que os festejos  e homenagens são importantes, sobretudo para que se possa entender o que e o porquê de comemorar a data. Mulheres são seres humanos, pessoas capazes e versáteis. Às vezes são frágeis e medrosas; às vezes se auto-censuram; outras vezes são destemidas e corajosas.

 

Penso nisso porque fico indignada com a discriminação, até mesmo quando exaltam uma mulher que assume um posto importante, como se ela estivesse realizando uma façanha, como se não fosse capaz de chegar até ali, como se fosse um privilégio, um golpe de sorte e não um direito, uma conquista. Existem mulheres que sabem cozinhar; outras que detestam cozinha. Algumas que adoram decorar a casa, outras que não têm o menor jeito. Há mulheres motoristas de caminhão, pilotos de avião, taxistas, garis, pescadoras, faxineiras, professoras, cantoras, atrizes e políticas, no Brasil e em outros países do mundo. Mas também há mulheres que apanham de homens, que são discriminadas no trabalho; mulheres que vivem na rua, mulheres mal-remuneradas, mulheres exploradas, enfim, mulheres maltratadas.

Falam das conquistas de igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas isso também pode ser perigoso porque é uma forma de preconceito. O mundo evoluiu. A mulher conquistou seu espaço, apesar da maternidade e das tarefas domésticas  que executa no seu cotidiano; mas ela aprendeu a batalhar, a buscar o que lhe interessa. Essa “igualdade” tão comentada e tida como reconhecida, muitas vezes é discutida e tripudiada, porque na prática as discriminações persistem e são gritantes.

Acredito que esse dia internacional da mulher não deva ser somente um dia de celebração, um dia de festa, mas sobretudo, um dia de reflexão sobre o  papel da mulher  na sociedade atual. Que a comemoração não se restrinja ao almoço ou jantar no restaurante, ao frasco de perfume importado, ao buquê de flores (bem-vindos hoje e em qualquer dia do ano), ao cartão de felicitações ou àquelas exaltações caricaturais tão bem utilizadas pela mídia.

Seria melhor que nos vissem simplesmente Mulheres, assim mesmo, com letra maiúscula. Mulheres conscientes e que se orgulham da sua condição, em casa, no trabalho, na rua, na escola, em todo lugar; mães, filhas, esposas, noivas, mulheres trabalhadoras urbanas ou rurais; motoristas, médicas, cabeleireiras, advogadas, maquinistas, esteticistas, cozinheiras, jornalistas, bancárias, domésticas, donas de casa, floristas, dentistas, manicures, comerciárias, artesãs, enfermeiras, costureiras, empresárias, manequins, mães de santo, baianas do acarajé, bailarinas, faxineiras, santas, loucas, enfim, MULHERES!

 

E nunca é demais lembrar Adélia Prado, uma poeta que admiro – e que não precisa ser chamada de poetisa para que acreditem nisso – porque ela soube resumir em poucas palavras o que a maioria das mulheres sente e pensa. Em seu poema, Com licença poética, ela contesta Drummond replicando o “anjo torto” dos versos do Poema de sete faces, que decretou: “Vai, Carlos! ser gauche na vida”.

O anjo de Adélia é esbelto, toca trombeta e anuncia: “Vai carregar bandeira”. Mas a poeta sentencia: “Cargo muito pesado pra mulher”. Com jeito suave, mas corajoso, os versos de Adélia revelam, além da fragilidade da alma feminina, a força e a determinação da mulher que sabe o que quer:

 “Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou. »

                              (Adélia Prado)

 Observação: As flores são para todas aquelas que pensam mais ou menos assim.