Tudo pronto para o Arraiá do Comércio 2011

 

 Com o intuito promover a valorização e o resgate das tradições juninas, o SESC – Serviço Social do Comércio, em parceria com o SICOMFS- Sindicato do Comércio de Feira de Santana e a Prefeitura Municipal, estarão realizando de 09 a 17 de junho a festa que há dez anos é tradição em Feira de Santana e faz parte do Calendário Oficial de festas da nossa cidade.

Toda a comunidade de Feira de Santana e visitantes terão à sua disposição tudo o que um verdadeiro arraiá do interior pode oferecer: Trios Forrozeiros, Grupos Culturais, Quadrilhas e cerca de 100 famílias da zona rural comercializando bebidas e comidas típicas juninas. Ou seja, mesa farta, boa bebida e música de qualidade, tudo para deixar ainda mais caracterizada a festa mais popular do nordeste

A Praça João Barbosa de Carvalho, popularmente conhecida como Praça do Fórum, já se consolidou como espaço de identidade do evento com aprovação geral da comunidade, lembrando que o Mercado de Arte Popular (MAP) continua sendo um importante espaço do Arraiá do Comércio, mantendo praticamente, a mesma programação da Praça João Barbosa de Carvalho. O público que circulará durante todo o evento, poderá presenciar apresentações de trios de forró, quadrilhas juninas, inclusive de outros estados, além de apresentações de grupos culturais e repentistas da nossa região.

Convidamos todos os feirenses e visitantes a se deliciarem com muita comida e bebida típica ao som do autêntico forró pé-de-serra, observando a beleza e harmonia dos grupos culturais e a riqueza do artesanato regional. Venham e participem do Arraiá do Comércio – O melhor negócio do seu São João.

De 09 a 17 de junho de 2011

Praça João Barbosa de Carvalho e Mercado de Arte Popular

Dia 09 de junho – quinta-feira

Abertura Oficial na Praça João Barbosa de Carvalho

Horário: 19:00h

 

Manuel Bandeira e a festa de São João

 

Profundamente

Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.

Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci.

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
(Manuel Bandeira)

Festas Juninas no Nordeste

 

 Desenho de Edilson da Silva Araujo

A maior manifestação popular brasileira, depois do Carnaval, acontece no mês de junho, sobretudo no Nordeste. As festas juninas e os seus respectivos padroeiros são lembrados em todo o país, mas no Nordeste as comemorações são mais pitorescas, recheadas de tradições, cores, cheiros e ritmos capazes de aguçar os cinco sentidos, mesmo para aqueles que nunca viveram a experiência.

O forró pé de serra – executado com sanfona, zabumba e triângulo – invade as ruas das cidades nordestinas. O colorido das bandeirolas coloridas e das flores de papel de seda alegram e decoram as ruas, casas e vitrines

Em cada cidade um jeito especial de comemorar. A maioria das famílias festeja os santos de junho, a começar por Santo Antônio, alvo de forte devoção popular; ele preserva sua força na fé, pois muitas famílias rezam as trezenas em sua homenagem. Assim, além de querido pelos mais velhos, Santo Antonio ganhou fama de casamenteiro, o que faz com que seja fervorosamente requisitado pelas moças casamenteiras, que fazem promessas ao santo na esperança de arranjar marido.

Mas, se Santo Antonio ajuda a unir corações, São João é o mais animado e o mais festejado, pois ele reina nas mesas juninas, repletas de iguarias, símbolos da colheita farta; ele anima os salões ao som do forró, enquanto pipocam foguetes e fogos de artifício diversos As rezas e simpatias são, na maioria das vezes, pretexto para sorrir, brincar, estabelecer contatos entre amigos e familiares. Por outro lado, São João pode ser o responsável por consolidar os namoros arranjados pelo casamenteiro e festejados no dia 12, dia dos namorados, nas conversas ao pé das fogueiras ou ao ritmo do forró executado pelos sanfoneiros, dançado bem agarradinho. São Pedro, não entra nessa história, pois tem a missão de consolar as viúvas, mas também tem fogueiras acesas em sua homenagem.

A pluralidade das festas juninas tem um quê especial no cardápio. Com delícias irresistíveis, o melhor é  esquecer da dieta e se entregar sem remorsos à degustação de pratos típicos, como a canjica, a pamonha, bolos de fubá, tapioca e carimã; broas de milho, além, é óbvio, do milho e amendoins cozidos, quentinhos, e dos licores de jenipapo, cajá, maracujá, passas, pitanga, figo, laranja e jaboticaba, néctar dos deuses!

As festas juninas têm como símbolos a fé, o amor, o fogo, a música e as danças, além das comidas e bebidas típicas regionais. Elas reúnem famílias cujos membros vivem em outras cidades, simplesmente para comemorar, dançar, degustar iguarias típicas da época.