Uma bela interpretação de Nana Caymmi
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Uma bela interpretação de Nana Caymmi
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A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) convida a todos para o lançamento da Revista Sitientibus de número 45, nesta terça-feira (11), às 17h30, no Anfiteatro, campus universitário. Contendo artigos sobre a área da Educação, a publicação é organizada pelas professoras Marilda Carneiro Santos e Zenilda Fonseca Souza e editada pelo professor e poeta Raymundo Luiz Lopes.
“Este número, fruto de coletânea feita durante o 3º Seminário de Educação Inclusiva, complementa a revista anterior, Sitientibus/Educação, edição 44, e contém dez artigos de docentes e pesquisadores da Uefs e de outras instituições”, afirmou Raymundo Lopes.
A capa é assinada pelo artista plástico e professor da Uefs Gemicrê Nascimento.
Gabriela Antunes
Muita gente começou a comemorar o 50° aniversário da maior musa dos quadrinhos argentinos no ano passado, mas coube ao próprio criador da menina mais geniosa do mundo pôr fim às dúvidas.
“Sua primeira publicação foi no dia 29 de setembro de 1964 na revista Primera Plan”, conforme comunicado na página de Quino, o pai da mocinha, que atribui a confusão a vários erros de biógrafos. Na verdade, é uma senhora de 54 anos já que, nas tirinhas de Quino, Mafalda começa a contestar o mundo aos 4 anos de idade.
Uma praça no bairro portenho de Colegiales, um mural no metrô da Plaza de Mayo, uma estatua da simpática idealista num banquinho em San Telmo atestam o amor argentino por uma de suas filhas mais ilustres, que sonha ser intérprete nas ONU, detesta televisão e apelidou sua tartaruga de estimação de “burocracia”.
Inquieta, “beatlemaníaca” e “sopa-fóbica”, Mafalda é, segundo as palavras de Joaquín Salvador Lavado Tejón, Quino, “uma menina que tenta identificar os bons e maus deste mundo”.
Um mundo que Quino viu se transformar e cujos países bons e maus foram confundidos várias vezes. Argentino de Mendonça, filho de imigrantes espanhóis, Quino sentiu os efeitos da fragmentação da Espanha na guerra civil, da segunda guerra mundial e da ditadura na Argentina.
Seus personagens não estiveram à margem de todas essas mudanças. Mafalda, Manolito, Susanita, Felipe, Libertad, Miguelito, Guille encarnam arquétipos típicos da classe média das décadas de 60 e 70, da esposa dedicada, dos conformistas, moderados, dos ingênuos aos idealistas, como a própria Mafalda. Como ela mesma dizia, “existem mais problemólogos que solucionólogos”.
Em 1973, por decisão de Quino, a última tirinha da Mafalda foi publicada. Seu humor perspicaz permeou outras gerações, apesar da conclusão de Quino, segundo seu editor, que “Mafalda não tinha nada mais a dizer”.
Mas ela voltou a aparecer em ocasiões pontuais, como em 2009, quando deu as caras no jornal italiano La Repubblica criticando declarações misóginas do então primeiro ministro Silvio Berlusconi. “Não sou uma moça à sua disposição”, dizia a tirinha, juntando-se a milhares de mulheres que se sentiam ultrajadas por declarações machistas do primeiro ministro.
Com os “problemólogos” à solta, Mafalda continua mais atual do que nunca. “Às vezes até eu me surpreendo como algumas tirinhas de 40 anos atrás continuam se aplicando ao contexto de hoje”, falou Quino em uma entrevista.
“Parem o mundo que quero descer”, diria a autora dessa frase hoje ao encontrar o mesmo mundo fragmentado que questionava há meio século. Genial e geniosa.
Fonte: Blog do Noblat
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