Você sabia que goma de mascar mata passarinhos?

Ecologia

Atraídos pelo cheiro adocicado e pelo sabor de fruta, os passarinhos estão comendo restos de goma de mascar (chicletes), deixados ou atirados por aí pelas pessoas.

A goma de mascar gruda no biquinho e eles tentam, desesperados, retirá-la com os pés,  não conseguem. E aí, acontece o pior: morrem asfixiados, sedentos e famintos.

Para evitar esse tipo de “acidente”, basta simplesmente que a goma de mascar seja enrolada num pedacinho de papel, que será colocado no lixo.

Só assim evitaremos que o pior aconteça a essas delicadas criaturas que só nos dão alegria e música da melhor qualidade. Vamos colaborar com estes maravilhosos seres da natureza, informando, também, às crianças.

A natureza,  nossos olhos e ouvidos agradecem!!!

14 de março – Dia Nacional da Poesia

O filósofo grego, Aristóteles, afirmava que “a arte literária é mimese (imitação); ou seja, é a arte que imita pela palavra”.

A palavra poesia tem origem grega – poíesis – e significa ação de fazer algo, criar. A poesia é definida como a arte de escrever em versos, aquilo que desperta o sentimento, com o poder de modificar ou imitar a realidade, segundo a percepção do artista. No passado os poemas eram cantados, acompanhados pela lira, um instrumento  musical muito comum na Grécia antiga. Por isso, diz-se que a poesia pertence ao gênero lírico. Hoje podemos falar de versos livres, poemas épicos, dramáticos e líricos.

As linhas de um poema são os versos. Ao conjunto de versos dá-se o nome de estrofe. Os versos podem rimar – ou não – entre si e obedecer a determinada métrica, que é a contagem das sílabas poéticas.

Os versos mais tradicionais são as redondilhas; a redondilha menor tem cinco sílabas, e a maior, sete; os versos decassílabos têm dez sílabas; os alexandrinos, doze.

A rima é um recurso utilizado para dar musicalidade aos versos, baseando-se na semelhança sonora das palavras do final ou, às vezes, do interior dos versos.

Rima, ritmo e métrica são características especiais de um poema e que podem variar, dependendo do movimento literário da época. A partir do Modernismo (1922) os versos livres são os mais utilizados.

Segundo o poeta Ferreira Gullar, o artista cria um outro mundo “mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais ordenado – por cima da realidade imediata”.

O Dia Nacional da Poesia é comemorado no dia 14 de março em homenagem ao nascimento do poeta baiano Castro Alves.

 Antônio Frederico de Castro Alves nasceu a 14 de março de 1847 na Fazenda Cabaceiras, comarca de  Muritiba, a 42 Km da vila de Nossa Senhora da Conceição de “Curralinho”, hoje Castro Alves, na Bahia, e faleceu a 6 de julho de 1871, na cidade do Salvador, com apenas 24 anos de idade. de Muritiba,  a 42 Km da Vila de Nossa Senhora da Conceição, hoje Castro Alves, na Bahia; ele faleceu a  6 de julho de 2871. em Salvador, com apenas 24 anos de idade.

 Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito de Recife. Datam dessa época os seus amores pela atriz portuguesa Eugênia Câmara e a composição dos primeiros poemas abolicionistas. Em 1867 deixa Recife, indo para a Bahia onde faz representar seu drama Gonzaga. Segue depois para o Rio de Janeiro, recebendo incentivos dos escritores José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis.

A 11 de novembro de 1868, em uma caçada nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, resultando-lhe a amputação do mesmo. Sobreveio, em seguida, a tuberculose, que lhe obriga a retornar à sua terra natal, onde veio a falecer.

Castro Alves pertenceu à Terceira Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolicionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época

Suas obras mais destacadas são: Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A Revolução de Minas, A Cachoeira de Paulo Afonso,Vozes D’África, O Navio Negreiro, entre outras. Suas poesias são marcadas pela crítica à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como “Poeta dos Escravos.

Castro Alves

Poemas de Castros Alves

                   Vozes d’África (fragmentos)

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?  
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes  
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito,  
Que embalde desde então corre o infinito… 
                              Onde estás, Senhor Deus?…
(…)

Hoje em meu sangue a América se nutre  
Condor que transformara-se em abutre, 
Ave da escravidão, 
Ela juntou-se às mais… irmã traidora  
Qual de José os vis irmãos outrora  
Venderam seu irmão.
 

Basta, Senhor!  De teu potente braço  
Role através dos astros e do espaço  
Perdão p’ra os crimes meus!  
Há dois mil anos eu soluço um grito… 
escuta o brado meu lá no infinito, 
Meu Deus!  Senhor, meu Deus!!… 
  
                     (São Paulo, 11 de junho de 1868)
O ‘Adeus’ de Tereza

                   Castro Alves 

A vez primeira que eu fitei Tereza,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus…
E amamos juntos… E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala…

E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”

Uma noite… entreabriu-se um reposteiro…
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus…
Era eu… Era a pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa…

E ela entre beijos murmurou-me “adeus!”

Passaram tempos… sec’los de delírio
Prazeres divinais… gozos do Empíreo…
… Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse – “Voltarei!… descansa!…”
Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”

Quando voltei… era o palácio em festa!…
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!… Ela me olhou branca… surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!…

E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

São Paulo, 28 de agosto de 1868.

Publicado no livro Espumas flutuantes: poesias de Castro Alves, estudante do quarto ano da Faculdade de Direito de S. Paulo (1870).

Historinha

Leni David

Fiquei sem sono e decidi ligar o computador. Lembrei de uma historinha que meu avô contava – quando eu era criança – e resolvi escrevê-la. Era mais ou menos assim:

“Em uma rua qualquer de uma cidadezinha sem importância, morava um marceneiro. Ele cuidava bem das suas ferramentas e não gostava de emprestá-las. Ele as amolava, polia, desempenava, lubrificava e as guardava num painel que ficava pendurado à parede. Gostava tanto das suas ferramentas que até lhes dava nomes. O martelo  era chamado de toc-toc, o alicate, de puxa-puxa, o serrote de vai-vem, e assim sucessivamente.

Na mesma rua morava um homem que gostava de pedir emprestado as ferramentas do marceneiro e este, mesmo a contragosto as emprestava. Certa vez ele emprestou o toc-toc e este não voltou. Desaparecera…

Algum tempo depois, o filho do homem que gostava de emprestar ferramentas entrou na marcenaria e anunciou:

– Seu Fulano, meu pai mandou pedir o seu vai-vem emprestado.

Ainda ressabiado com o desaparecimento do martelo, o marceneiro respondeu:

– Menino, vai e diz ao teu pai, que se vai-vem fosse e viesse, vai-vem iria. Mas como vai-vem vai e não vem, vai-vem não vai.”

Se o menino soube dar o recado ao pai, eu não sei e o meu avô não comentou. Lembro eu que sorria muito e que tentava repetir a frase do marceneiro, sem errar. Deu certo, pois hoje fui capaz de escrever a historinha sem nenhuma dificuldade.

– Se eu a acho engraçada?

– Sei lá! Sei apenas que gostava de ouvi-la e que fui capaz de reproduzi-la. E como fazem os internautas: rsrsrsrs… só isso.