A noite é devagar,
entre vazios
uma melodia é silenciada
e depois
o próprio mar acaba navegando
e tudo acaba…
A paz é um pássaro
que desce sobre a minha cabeça.
Um pássaro azul
como o azul de fevereiro…
Envolto,
por grades estrangulado
Não sonho, não canto…
E até mesmo a minha alma de pássaro
chora a liberdade
lá fora…
Vi
o que séculos não verão:
o vento engravidando
a rosa matinal…
Se a mim fosse permitido fazer um poema
talvez o fizesse para Deus
que nada me pede ou dá.
Quem sabe o fizesse em apenas seis minutos
mas que cada minuto tivesse valor
de um século
para envolver o sono da tarde
e celebrar os encontros noturnos do mar…
Cezar Ubaldo por ele mesmo: Sou poeta, professor, pedagogo, homem de teatro, mesmo sem estar no palco. Convivo com homens da Hera. Mas a minha hora, na Hera, não se consumou.Tenho música no disco “Cidadão do Mundo”,de Fernando Lona, o único. Escrevi argumentos para o super 8mm quando havia o Clube de Cinema na minha cidade. Dirigi “As Criadas”,de Genet; escrevi e dirigi “O jogo dos bonecos de carne”; dirigi, de Pessoa, “O Marinheiro”, honra e glória. Sou visto, não tenho quistos. Sou saúde plena.Vivo a minha hora e aos amigos, de antes e d’agora, abro os braços e os enlaço, sem marcas ou ilusões. Ah, ainda tem:”Liberdades do Homem”,”Poemas de Bem querer e outros Quereres” e a Stitientibus, em dois volumes.