Dia do Trabalho

 

 Uma data universal.

Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho é uma data universal e é comemorada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Tudo começou no dia 1º de maio de 1886, ocasião em que os trabalhadores de Chicago promoveram uma grande manifestação contra as duras condições de trabalho a que eram submetidos, cerca de 13 horas diárias.

Os protestos paralisaram os Estados Unidos, com muitos confrontos entre os manifestantes e a polícia, resultando na morte de diversos manifestantes. Essa manifestação dos trabalhadores ficou conhecida como a Revolta de Haymarket.

Três anos depois, em 1889, em Paris, uma central sindical conhecida como “Segunda Internacional” instituiu o 1º de maio como data máxima dos trabalhadores organizados; a partir daí começaram as reinvindicações por 8 horas de trabalho diário. No dia 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou 1° de maio como o dia do Dia do Trabalho e feriado nacional.

Depois da França, a Rússia, em 1920, foi o primeiro país a adotar o 1º de maio como data comemorativa ao trabalho. No Brasil o 1º de maio foi consolidado em 1924, no governo de Artur Bernardes.

Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, nos anos 30, e com a criação do Ministério do Trabalho, em 12 de dezembro do 1930 e, posteriormente, com a implementação das Leis Trabalhistas – CLT – em 01 de maio de 1943, o dia do Trabalho no Brasil era festejado e esperado pelos trabalhadores como o dia em que seriam anunciados benefícios para a classe, inclusive aumento salariais. Hoje os sindicatos promovem festas, espetáculos de música, sorteios, etc.

Na maioria dos países, o 1º de maio é o dia da festa do trabalho. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886.

 Para saber mais sobre o Dia do Trabalho e suas tradições, clique aquiaqui.

Festa do Bonfim

Todos os anos, na segunda quinta-feira de janeiro, acontece em Salvador a Festa do Senhor do Bonfim da Bahia. Essa festa tradicional e de grande beleza, que é acompanhada por milhares de pessoas de todas as parte do mundo, consiste num enorme cortejo que sai da igreja da Conceição da Praia em direção à igreja do Bonfim, no alto da Colina Sagrada. Centenas de baianas, personagens tradicionais dos festejos, abrem o desfile e levam nas mãos e na cabeça, vasos com flores e água de cheiro, usadas para lavar o adro da igreja e purificar os fiéis, num ritual de fé e esperança. Fogos de artifícios anunciam o início do cortejo aberto pelas baianas e acompanhado pelo povo, num percurso de 8 km. Carroças enfeitadas conduzem os devotos e milhares de pessoas vestem-se de branco, como manda a tradição.

 

Lavagem do Bonfim

A festa do Senhor do Bonfim, com a lavagem das escadarias da Igreja é considerada a mais importante das comemorações populares de Salvador. Os festejos profanos têm início na quinta-feira e os religiosos (novenas e missas) têm início no dia seguinte, sexta-feira e se encerram no domingo.

Ao chegar, as baianas lavam as escadarias e o adro da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim com água perfumada e despejam água sobre as cabeças de pessoas que buscam neste banho a purificação do corpo e da alma. Durante o resto do dia muitas pessoas continuam se dirigindo ao Bonfim, em blocos ou seguindo as carroças. Após a lavagem, a festa prossegue com rodas de capoeira e samba, enquanto nas casas, os visitantes se deliciam com comidas populares, como o caruru, o cozido e a feijoada.

 

Origem da festa

 Segundo o historiador Cid Teixeira, havia no Rio Vermelho uma capela consagrada à devoção de São Gonçalo, mas a mesma degradou-se e a festa de São Gonçalo foi transferida para o bairro do Bonfim. No passado, os devotos seguiam por mar, em saveiros e pequenos vapores da Companhia Baiana de Navegação. Desembarcavam no Porto da Lenha e subiam a ladeira do mesmo nome. Em razão da distância e por não haver estradas em boas condições, os romeiros chegavam ao Bonfim três dias antes da festa e daí o costume de lavar a igreja na quinta-feira, para prepará-la para a festa do domingo. Os que seguiam a pé também levavam água de toda a cidade, em potes, moringas ou latas, sobre as cabeças, dançando durante todo o trajeto.

A princípio essa lavagem era feita pelos moradores das vizinhanças e depois foi se tornando um ato cada vez mais difundido. Documentos e fotos antigas atestam a presença de aguadeiros, bondes e animais enfeitados com flores e bandeirolas, que deslocavam-se rumo ao Bonfim, além de baianas vestidas com as suas mais belas indumentárias, balangandãs e patuás.

Ao contrário do que acontece hoje, quando a água é carregada em potes, no século XIX e início do século XX a água utilizada para a lavagem da igreja era retirada de uma fonte existente na Baixa do Bonfim e na noite de quarta-feira, romeiros de toda parte do Estado e de outras regiões do Brasil, além de apanhar a água, acendiam fogueiras, cantavam e dançavam ao som de cavaquinhos, pandeiros e violas. No dia seguinte a igreja era lavada e perfumada com água de colônia e o chão do templo era enxugado com panos brancos rendados.

No lado profano da festa, havia a apresentação de filarmônicas, de grupos com atabaques, capoeira e samba. No chamado sábado do Bonfim, começavam a chegar, à noite, numerosos ternos e ranchos que cantavam e dançavam até a manhã de domingo e permaneciam à espera da tradicional Segunda-Feira Gorda da Ribeira.

A festa, desde que se tem notícia, é marcada pelo sincretismo religioso. Ao lado dos devotos católicos, membros do candomblé prestam homenagem ao Senhor do Bonfim – Cristo, que no sincretismo corresponde a Oxalá. A Lavagem do Bonfim ainda guarda características do passado.

 

A Igreja do Bonfim

A Igreja Basílica do Senhor Bom Jesus do Bonfim, ou Igreja do Bonfim como é mais conhecida, um dos principais cartões-postais de Salvador, é um dos símbolos da religiosidade baiana. A construção do santuário teve início em 1740 com a vinda para a Bahia do Capitão de Mar e Guerra, Theodósio de Faria.

Segundo a Irmandade de Nosso Senhor do Bonfim, o Capitão de Mar e Guerra tinha grande devoção ao Senhor do Bonfim que se venera na cidade de Setúbal, em Portugal, e trouxe de Lisboa uma imagem semelhante esculpida em pinho de riga, medindo 1,06m de altura.

Em 1745, a imagem foi guardada na Igreja da Penha, em Itapagipe, onde permaneceu até a construção do novo templo. Nesse mesmo ano foi fundada uma irmandade que foi denominada “Devoção do Senhor do Bonfim”. Situado na única colina de Itapagipe, o templo foi construído entre os anos de 1746 a 1772. A imagem foi transferida para o novo templo em 1754, em uma procissão que contou com a presença macissa da população baiana da época. A imagem de Nossa Senhora da Guia, também trazida de Portugal por Theodósio de Faria e também foi colocada na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.

Conta-se que o Capitão trouxe a imagem como agradecimento por haver sobrevivido a uma tempestade em alto-mar. Prometeu então construir uma igreja no ponto mais alto que avistasse, de onde pudesse ver a entrada da Baía de Todos os Santos.

 

Festas e proibições

Mas nem sempre a festa se desenrolou em paz e harmonia. Desde o século XIX houve proibições da lavagem da igreja, com a polícia apreendendo vassouras, potes, violões, atabaques e cavaquinhos. Em 1889, ano da Proclamação da República, o Arcebispo da Bahia, Dom Luís Antônio dos Santos, baixou portaria proibindo a lavagem do interior da igreja, contando com a ajuda da Guarda Cívica. Em razão da proibição, houve espancamentos, brigas e feridos e os motivos alegados pelo então Arcebispo, é que a festa era freqüentada por gente embriagada, da pior espécie. Durante dez anos a lavagem da igreja do Bonfim ficou proibida e nos dias que antecediam os festejos, o local era cercado pela polícia, com o objetivo de impedir qualquer tipo de manifestação. Dez anos depois, em 1899, a lavagem voltou a ser realizada, graças à persistência dos moradores do local, fiéis e negros africanos.

E como dizem os baianos, “quem tem fé vai a pé”!

 

O muguet e o Dia do Trabalho

Primeiro de maio – Festa do trabalho e Festa do muguet

A história do muguet, essa florzinha singela e perfumada tornou-se um símbolo do mês de maio, tempo de primavera na Europa. Contam que os Celtas festejavam o muguet no primeiro dia do mês de maio. Na idade média ela era colhida para festejar as noivas; na França do Renascimento, Charles IX recebeu um galhinho de muguet no primeiro de maio e instituiu o costume de oferecer  muguets, nessa data,  às damas da corte.

Em seguida, as costureiras, também na França, cultivavam a  tradição de oferecer muguets às crianças no dia primeiro de maio, como porte-bonheur (símbolo de boa sorte) costume que foi incorporado pelos trabalhadores, que transformaram a singela flor em símbolo da festa do trabalho,

O muguet é uma planta originária do Japão; típica das regiões temperadas ela cresce nos bosques, em locais protegidos da luz intensa, na Ásia na Europa e nos Estados Unidos e desabrocha no início da primavera. Ele simboliza a entrada da primavera no hemisfério norte. O seu nome científico é Convallaria majalis leucanthenum.

As flores, que têm a forma de pequenos sinos, também são conhecidas como Lis de la vallée (lírio do vale) e lágrimas de Nossa Senhora (em Portugal); elas exalam um perfume delicioso e são consideradas como símbolos de felicidade e da boa sorte. O Muguet é a flor símbolo da Finlândia. Na França e na Bélgica ele é oferecido aos familiares e aos amigos no dia 1 de Maio, “Dia do Trabalho”, com votos de felicidades e prosperidade, e simboliza também, na França, os 13 anos de casamento, as Bodas de muguet.

Não sei se aqui no Brasil, no sul e sudeste, o muguet é cultivado. Ah, quando eu era menina, minhas tias e a minha mãe usavam, nas grandes ocasiões, um perfume francês que deixava o rastro por onde elas passavam; chamava-se Muguet du Bonheur (lírio da felicidade). Nem sei se ele ainda é comercializado.

Como não tenho muguets de verdade para oferecer deixo algumas fotos e votos de felicidades e prosperidade para todos. Feliz primeiro de maio!