POÇO
Perder-se.
Ai, perder-se – sim
no próprio mistério do trajeto
das sacudidelas
agônicas
SEGREDOS
Tudo guardado
no cofre das reminiscências:
oblíquas pontes
flores no cio
latitudes calosas.
Tudo o que já não é o mesmo
e visto pela fresta
da noturna alma
POEMETOS
VI
P/ Elieser César
Em cada alma
desliza
Indomável barco.
A corda
não amarra
o sussurro das âncoras
VIII
Os panos das velas
(anônimos veleiros)
seguem no regaço
das cantigas dos ventos.
HAICAIS
9
Oiro partido.
Dez mil nuvens de viés.
Sol no poente.
12
Lagarta na folha
Colorida transmutação
efêmeras asas
13
Na noite espessa
vagalumes encandeiam
as veias das florestas.
Raymundo Luiz Lopes – Natural de Salvador. Professor da UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana – e um dos seus fundadores. Editor da Revista Sitientibus/UEFS. Coordenador do Programa Interuniversitário para Distribuição do Livro. Membro da Academia Feirense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana. Vice-Presidente da Fundação Carlo Barbosa. Tem vários trabalhos literários publicados em revistas, jornais e via internet. Lançou ‘Gambiarras para o Natal’/conto e ‘ Velas de Arribação’ /poesia. Professor de Tai Chi Chuan. Participa de movimentos culturais e literários.