POÇO
Perder-se.
Ai, perder-se – sim
no próprio mistério do trajeto
das sacudidelas
agônicas.
SEGREDOS
Tudo guardado
no cofre das reminiscências:
oblíquas pontes
flores no cio
latitudes calosas.
Tudo o que já não é o mesmo
e visto pela fresta
da noturna alma.
POEMETOS
VI
P/ Elieser César
Em cada alma
desliza
Indomável barco.
A corda
não amarra
o sussurro das âncoras.
VIII
Os panos das velas
(anônimos veleiros)
seguem no regaço
das cantigas dos ventos.
HAICAIS
9
Oiro parido.
Dez mil nuvens de viés.
Sol no poente.
12
Lagarta na folha
Colorida transmutação
efêmeras asas
13
Na noite espessa
vagalumes encandeiam
As veias da floresta