Tradições juninas no Museu Casa do Sertão

“São João passou por aqui?!”

É com essa saudação que o visitante do Museu Casa do Sertão será recebido durante o período de 11 de junho a 13 de julho. Composta por duas mostras, a exposição “São João passou por aqui?!”, reúne a “Devoção aos santos juninos Antônio, João e Pedro” e o “Forró em vinil: coleção da Afalg e o Rei do Baião”.

Na homenagem aos santos católicos estão retratadas algumas manifestações populares acerca da relação de devoção que movimentam o mês de junho em todo o Nordeste brasileiro, como trezenários e novenários, sejam com a realização de procissões, ou ainda com a prática tipicamente brasileira de tratar o santo protetor como íntimo da vida cotidiana.

O visitante também vai conhecer parte do acervo doado ao Museu Casa do Sertão da extinta Associação Feirense dos Admiradores de Luiz Gonzaga (Afalg), fundada no dia 7 de março 1990, com o objetivo de preservar a obra musical do Rei do Baião. Estão expostas peças como discos em vinil, fitas k7 e pôsteres, merecendo destaque um par de alças de sanfona que foram utilizadas por Luiz Gonzaga. Esta mostra fica em exposição até o mês de dezembro, quando se comemora, no dia 13, o centenário de nascimento do Mestre Lua.

Para divertir a garotada, na semana de11 a15 de junho, haverá atividades recreativas como acerte o alvo, jogo de argolas, tire a sua sorte, dança da laranja, pescaria entre outras, retomando brincadeiras e jogos típicos de praças em noites de festejos juninos. O objetivo é valorizar tradições juninas pouco conhecidas nos grandes centros urbanos, além de despertar o interesse por diversões coletivas que fazem parte do cotidiano nordestino. A exposição poderá ser vista das 8h15 às 11h30 e das 14h15 as 17h30, de segunda a sexta. O contato para agendamento deverá ser feito pelo telefone (75) 3161-8099.

Ascom/Uefs

Exposição de presépios no museu Casa do Sertão

O Museu Casa do Sertão, localizado no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), realiza, durante o mês de dezembro, exposição de presépios composta por 99 esculturas do acervo próprio. Feitas em madeira, papel machê ou barro (mono e policromado), as peças retratam a sensibilidade de artesãos como o santeiro Domingos Paixão, Dona. Fia, Crispina dos Santos e Marilene Brito, e ilustram um dos mais populares temas da liturgia católica, o Natal.

O público pode visitar a exposição das 8 às 11h30 e das 14 às 17h30. Visitas em grupo podem ser agendadas através do telefone (71) 3161-8099 ou ainda pelo e-mail
museucasadosertao@gmail.com.

Representações iconográficas do nascimento do Menino Jesus montados nas salas de visitas dos lares e/ou igrejas ainda hoje são elementos recorrentes do cenário sertanejo durante o período natalino. Diante dos presépios, as famílias e membros das comunidades, especialmente as rurais, expressam a devoção através de cantigas e rezas, associando sagrado e profano como nas Folias de Reis.

Identidade regional

Por todo o Nordeste é celebrado o nascimento do menino salvador, “reinventando o saber de velhas tradições, de forma viva e criativa, acompanhando a dinâmica da vida dos participantes, que reforçam nessas práticas sua identidade social”, conforme
salienta a diretora do Museu Casa do Sertão, Cristiana Barbosa.

Montados em muitos lugares, é notadamente no sertão baiano que os presépios ganham aspectos do cotidiano regional, com a incorporação de cenas locais e vegetação da caatinga, além de materiais como areia, búzios, pedras e brinquedos. Em algumas localidades é comum grupos de Folia de Reis que se apresentam desde as comemorações do advento até o dia 6 de janeiro, dia em que se comemora a adoração dos Reis Magos e realiza-se, após o desmonte do presépio, a queima da lapinha.

O culto ao Menino Jesus foi iniciado por São Francisco de Assis que montou o primeiro presépio em 1223. Essa tradição foi se desenvolvendo ao longo do tempo e se espalhou por todo o mundo cristão. Em decorrência da montagem de presépios em templos, praças e residências, iniciou-se ainda no século 16 a dramatização com canto e dança, a maioria composta por autores populares e anônimos, como a louvação ao
nascimento de Jesus.

Ascom/Uefs

O Pasquim disponibilizado para consulta no Museu Casa do Sertão

 

O Museu Casa do Sertão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) disponibilizou para consulta pública a coleção do jornal O Pasquim. As edições foram doadas pelo professor e funcionário da Uefs, Elias Domingues Neves, e pelo escritor, cordelista e professor aposentado Franklin Maxado, com números que compreendem 26 de junho de 1969 a 11 de novembro de 1991 – período em que foi editado.

O Pasquim marcou época ao ser reconhecido pelo papel de oposição ao regime militar. Em plena ditadura, foi um instrumento de combate à censura, utilizando o humor como tônica de seus textos.

No início, o jornal possuía um perfil mais comportamental, abordando assuntos como sexo, drogas, feminismo e divórcio. À medida que a repressão aumentava, se tornou mais politizado, passando a ser porta-voz da indignação social brasileira.

O periódico era semanal e tinha como colaboradores jovens intelectuais da zona sul carioca, entre eles, Paulo Francis,  Tarso de Castro, Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa, Ferreira Gullar, Sergio Cabral e Flávio Rangel.

De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, chegou a superar a marca de mais de 200 mil em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.

Para informações sobre o Museu Casa do Sertão, através do telefone (75)3224-8099.

Vivian Leite – Ascom/Uefs