Hoje, no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana (MAC), às 21h, acontece a abertura da Mostra de Fotografias “PANORAMA 2014”. O evento conta com a participação de vários artistas feirenses que se expressam através da linguagem fotográfica, dentre eles: José Arcanjo, Juraci Dórea, Maristela Ribeiro, George Lima, Mateus Oliveira, Heloisa França, Rafael Moreira, Marcelo Vinícius, Maiara Angels, Hortência Sant´Ana, Pedro Henrique.
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Exposição
Livro sobre Cordel transforma o museu em “arraiá”
Um “arraiá” junino será montado no MAC para o lançamento do livro “O Que é Cordel” do poeta Franklin Maxado no dia 27 (quarta-feira) a partir das 18 h, agora reeditado pela Queimabucha , do Rio Grande do Norte, por ser considerado um classico no gênero e especial para professores, estudantes e público em geral, principalmente no dizer de Jorge Amado. O Museu de Arte Contemporânea fica na rua Geminiano Costa, 255 no Centro.
Além da fogueira, as bendeirolas estarão misturadas às 50 xilogravuras e folhetos de cordel de Maxado que estarão expostas à venda até o dia 20 de julho naquele Museu aberto à visitação pública. Muitas dessas xilogravuras foram feitas para ilustrar capas de folhetos sendo que algumas estão nos EUA, Portugal, França, Japão, Inglaterra, Alemanha, Peru, Brasil e em outros países. Assim, a xilogravura popular brasileira hoje saiu das capinhas do folheto de Cordel para ilustrar capas de discos e de livros eruditos, virar quadros em paredes, além de serem objeto de interesse de colecionadores de arte e de agencias para serem peças de publicidade.
É possível que haja aulas-espetáculo semanais até o dia 19 de julho quando a exposição de xilogravuras será encerrada para o Museu entrar com outra programação de aniversário. Para isso, dependerá da procura e interesse de pessoas e escolas e assim Franklin Maxado convidará cordelistas colegas e xilogravadores para declamarem, cantarem, desenharem e se apresentarem ali com entrada gratuita, aproveitando a sala de reuniões do Museu.
O LIVRO
“O Que É Cordel na Literatura Popular” foi primeiro lançado pela Editora Codecri/Jornal Pasquim do Rio de Janeiro em l980 e foi vendido em todo o Brasil tendo contribuido para mudar o conceito sobre este tipo de poesia pelos intelectuais . Os prefácios foram escritos pelo escritor Paulo Dantas e pelo jornalista Juarez Bahia no qual afirma:
“Franklin Maxado, baiano de Feira de Santana, pode ter sido tudo na sua vida ainda jovem. Jornalista, escritor, fazendeiro, bacharel e o que se imagine dele. Mas, nada é maior nele que o poeta. Sua profissão é poeta – e a poesia do povo, como fica melhor a qualquer destino de vate.”
Esta observação o responsável pelo MAC, o sr Edson Machado , gosta de transcrever em folhetos seus que publica.
A segunda edição a ser lançada dia 27 traz um novo prefácio do cordelista cearense Arivaldo Viana no qual testemunha a autenticidade, pioneirismo e atualidade de Franklin Maxado, o Maxado Nordestino , como assina seus mais de 300 folhetos em quase 40 anos de profissão, tendo se apresentado lem todos os Estados do Brasil e em alguns países. Essa atuação para muitos estudiosos o torna um dos mestres mas isso não o envaidece, pois tem muito mais livros a ser lançados e escritos. sendo aquele feirense simples que vai ao Centro de Abastecimento “fazer feira”, conversar com os tabaréus e vaqueiros do mesmo modo que vai à Universidade, onde ainda trabalha no meio a doutores e a estudantes jovens, depois de ser diretor por mais de 10 do seu Museu Casa do Sertão. Ou participa de reuniões da Academia Feirense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico dos quais já foi presidente.
XILOGRAVURAS
Franklin Maxado no prazer de contar casos e escrever versos chega a esnobar a sua arte de desenhar e de fazer xilogravuras, apesar de muitos críticos de arte o considerar um dos maiores xilógrafos de Cordel. Ele começou profissionalmente em l976 em São Paulo quando o colecionador Zacarias José que gostou dos seus desenhos no “Album Feira de Santana” lhe encomendou uns “tacos” para ilustrar seu folheto “Acidentes do Trabalho no Ramo da Construção”. Devido à aceitação, após veio a encomenda para fazer o retrato do presidente da Bayer do Brasil e as ilustrações para o brinde de Natal de l978 daquela indústria. Depois disso, continuou a fazer ilustrações para as capas de seus folhetos e a pesquisar outros artistas brasileiros do ramo, tendo publicado em l982 o livro “Cordel, Xilogravuras e Ilustrações”, também “um clássico” para o mesmo Jorge Amado quando prefaciou outro livro de Maxado, “O Cordel Televivo”.
Nisso, começou a pesquisar o inicio da Xilogravura e descobriu que é uma arte milenar, originária da índia e China, onde se imprimiam até dinheiro com carimbos de madeira. Isso motivou a Gutemberg, na Alemanha, a inventar os tipos moveis de metal criando a Imprensa, inspirando-se dos tipos móveis esculpidos em madeira dqueles orientais. Na Europa. quando ainda não havia iventado a fotografia, a Xilogravura foi muito usada para retratar paisagens e rostos humanos a fim de serem impressos. Essa tradição é cultivada e muitos estrangeiros adquirem a xilogravura popular para enfeitar suas casas, mesmo sabendo que , com o tempo, elas amarelecem por ser um papel.
Os jesuítas trouxeram esta arte para o Brasil para imprimir figuras de santos e paisagens da Bíblia com a meta de ajudar na evangelização dos índios, além da arte irmã de esculpir imagens de santos. Com os jornais e as tipografias pelo interior, principalmente pelo Nordeste, a tecnica foi muito usada para ilustrar notícias e retratar figuras. Os jornais feirenses mesmo usou muito tendo registrado dois profissionais, o pernambucano Pacheco e o alagoano Antonio Carimbeiro. Houve também o potiguar Isau Mendonça.
Franklin em Feira diz que sempre foi bom aluno em Desenho e começou a entalhar madeira para as aulas da professora Judite Pedra, no Colegio Estadual bem como conhecer e trabalhar em madeira desde pequeno com o primo Carlos José na Serraria Eco, do tio Osvaldo Boaventura. E nas férias, com o tio Alfredo Pinto e com o carpinteiro José Sales, ambos de Mundo Novo.
Contatos: MAC – 75-3223-7033
Exposição – Paisagens imaginárias