Ele se chama Andy Lee, vive em Hong Kong, gosta de ser chamado de Tsung Tsung e faz do piano um brinquedo divertido, capaz de provocar inveja em muitos músicos veteranos.
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Ele se chama Andy Lee, vive em Hong Kong, gosta de ser chamado de Tsung Tsung e faz do piano um brinquedo divertido, capaz de provocar inveja em muitos músicos veteranos.
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O governo da Bahia havia se posicionado a favor da implantação do horário de verão no Estado, a partir do dia 21 de outubro. No entanto, tudo indica que o governador deverá deixar o Estado de fora do sistema, devido à forte reação popular contrária ao adiantamento dos relógios.
Representantes das seis maiores centrais sindicais do País manifestaram descontentamento com a implantação do novo horário e nesta quarta-feira entregaram ao governador um documento contrário ao horário novo, que penaliza os trabalhadores; além disso, segundo a Aneel, a economia de energia é insignificante. O governador revelou, ainda, que a Ouvidoria do Estado recebeu cerca de 20 mil manifestações contra a implantação do horário de verão na Bahia.
Ele deve anunciar amanhã, quinta-feira, se o Estado adotará, ou não, o novo horário, após receber o resultado de uma pesquisa que mandou realizar para sondar o desejo da população baiana.
Em véspera de eleições, uma media bastante sábia!
.Eu detesto horário de verão. E você?
Vida Dupla
Artur Xexéo
Minha vocação jornalística foi tardia. Já havia cursado alguns anos de Engenharia, já trabalhava numa agência de turismo, levava o curso de Comunicação só pela obrigação de ter um diploma, o que eu acreditava ser o desejo da minha família, quando a profissão me interessou.
Dediquei-me a ela, por mais de 30 anos, com exclusividade. Nunca tive veleidades literárias. Meu texto não era sagrado. Queria apenas que ele fosse adequado ao veículo em que trabalhasse. Escrevi dois livros. Mas eles foram uma extensão do meu trabalho: uma biografia — praticamente uma reportagem — e uma série de crônicas ligadas à minha experiência profissional.
Há três anos, escrevi uma peça de teatro. Foi uma encomenda. Encarei a tarefa como a do meu livro-biografia. Uma reportagem. Com toques de ficção, mas uma reportagem. Eu estava sendo apenas um dramaturgo acidental. Desta peça, surgiu o convite para fazer, ainda no teatro, a adaptação de um musical da Broadway. Topei a parada. Seria divertido conviver com uma megaprodução. Nesta semana, terei uma nova peça estreando. Ao mesmo tempo, divido com um grupo de roteiristas do primeiro time, sob a batuta de Miguel Falabella, a tarefa de criar as tramas de um novo seriado de TV. Não é mais acidental. Mudei de profissão, nesta altura do campeonato? Não. Passei a levar vida dupla.
“Nós sempre teremos Paris” é o musicalzinho que estreia nesta terça-feira aqui no Rio. É uma comédia romântica, embalada por música francesa, com direção de Jacqueline Lawrence e uma dupla de atores/cantores no palco: Françoise Forton e Tadeu Aguiar. Sou de outros tempos. Cresci ouvindo música francesa. Os jovens de hoje certamente estranhariam muito as festas de minha adolescência. A gente dançava juntinho ao som de Alain Barrière e Gilbert Bécaud. Era animadíssimo. Mas não tenho dúvidas de que, para jovens do século XXI, aquelas festas teriam mais cara de velório.
Ao fazer a pesquisa musical para o espetáculo me dei conta do quanto a música francesa estava adormecida no meu inconsciente. Sou do tempo do iê iê iê e da balada romântica. Dançava ao som de Sylvie Vartan e Johnny Halliday. Mas por que então me lembrava de todas aquelas lindas canções de Charles Trenet, Edith Piaf, Charles Aznavour…? A França, até não muito tempo atrás, sempre esteve mais próxima de nós. Eu me lembro, mesmo naqueles tempos de iê iê iê, de ter assistido a um show de Maurice Chevalier no Teatro Record, em São Paulo. Chevalier não frequentava o meu hit parade. Mas eu sabia de sua importãncia. Não dava para deixar de ver.
Alguns anos depois, assistindo a um filme no Paissandu, descobri “La mer”. Não tinha nada a ver com a França. Era “O despertar amargo” (“A safe place”), com a Tuesday Weld e o Anthony Perkins. Na trilha sonora, estava a belíssima canção de Charles Trenet. Como imaginar uma cena romântica de despedida sem se lembrar do tema de amor de “Os guarda-chuvas de amor” composto por Michel Legrand? Nunca tive nenhum disco de Edith Piaf, mas, como todo mundo, conheço sua gravação de “La vie em rose”.
A música francesa é parte de nosso imaginário afetivo. Assim como a visão fantasiosa de Paris com seus garçons mal-educados, como a cidade em que todo mundo, mas todo mundo mesmo, fuma demais, como o paraíso dos cinéfilos. Conheci gente que viajava para Paris só para ir ao cinema! Não havia programação cinematográfica mais variada em em todo o resto do mundo.
É um pouco dessa música romântica e um outro tanto desta cidade-fantasia que eu pus na pecinha que estreia nesta terça-feira. Ninguém quer ganhar o Prêmio Shell. A gente só quer dividir com a plateia um imaginário musical que eu acredito ser comum a muitos brasileiros. Quem nunca sonhou com Paris ouvindo “C’est si bon”? Bem, pode ser que alguém que esteja chegando agora não tenha mesmo passado pela experiência. Eu passei. E queria dividir isso com mais gente.
Fonte: Blog de Artur Xexéo (O Globo)
Músicas citadas no texto:
La vie en rose:
La mer:
C’est si bon:
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