Uma homenagem às mães

Mãe

Martha Medeiros

 Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães, ok? Desconstruir alguns mitos. Não, não precisa se preocupar. Não é nada ofensivo, eu também sou mãe…e avó! Vamos lá:

MÃE É MÃE: mentira !!!

Mãe foi mãe, mas já faz um tempão! Agora mãe é um monte de coisas: é atleta, atriz, é superstar. Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.

Também é cozinheira e lavadeira.

Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.

Mãe às vezes também é pai. Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão. Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock pra desespero de algumas filhas, entra na briga por um namorado.

Mãe é avó : moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço, se quiser também namora, trabalha, adora dançar.

Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã de aeróbica, mergulhadora.

Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres. Mãe já foi mãe, agora é mãe também.

MÃE É UMA SÓ: mentira !!!

Sabe por quê? Claro que sabe!

Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso. De certa forma, tem duas mães.

Tem também aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida. Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular. E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa.

Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco mães.

Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser uma forma de exercer a maternidade.

O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.

SER MÃE é PADECER NO PARAÍSO: mentira!

Que paraíso, cara-pálida?

Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram. Cara, estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e aborrecida outras tantas, vamos combinar.

Quanto a padecer, é bobagem.

Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar?

Por exemplo? Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que você não tem a mínima ideia de onde fica.

Aí a barra é pesada, pode crer…

MATERNIDADE é A MISSÃO DE TODA MULHER: mentira !!!

Maternidade não é serviço militar obrigatório!

Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha. Como já disse o poeta: filhos, melhor não tê-los, mas se não tê-los, como sabê-lo?

Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas. Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência. Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação, vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida mesmo, que é pequena mas tem bastante espaço.

Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que tem umas seis crianças na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de Fernando Pessoa. É difícil, mas acontece.

******

Comentário: Gostei muito da crônica de Martha Medeiros e decidi publicá-la em homenagem às mães nesse dia especial. Aproveito para mandar um abraço forte e um beijo carinhoso para a minha Mãe, uma mulher bonita, forte, batalhadora e destemida; uma mãe com todos os defeitos e qualidades de todas as mães do mundo, mas exemplo vivo de força e coragem. Parabéns, Dona Hilda,  pelo seu dia!

 

Domingos na Música

A primeira edição do projeto ‘Domingos na Música’ acontece neste domingo (13), a partir das 16h, no Palacete das Artes Rodin Bahia, apresentando ao público show de Gereba, voz e violão. Será uma reverência aos 100 Anos de Luiz Gonzaga e integra a mostra que a instituição promove na Sala de Arte Contemporânea – ‘O Imaginário do Rei: Visões sobre o Universo de Luiz Gonzaga’. As duas iniciativas são gratuitas.

Gereba é instrumentista, compositor, arranjador, produtor cultural e autor de projetos para a música brasileira, entre eles, ‘Dom Quixote, Xote Xote’, com a participação da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e Dominguinhos, e, mais recentemente, ‘A Vila do Gonzaga’.

Suas composições foram gravadas por Cássia Eller, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Fagner, Trio Nordestino e Folk Crieg (Alemanha). No momento está finalizando o CD ‘Luas do Gonzaga’.

Sintonia – ‘Domingos na Música’ foi idealizado pela equipe do Palacete das Artes para valorizar o artista baiano popular e erudito, ampliando as possibilidades do público ao acesso à cultura, em sintonia com a política de integração da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura (Ipac) e da Secretaria de Cultura do Estado (Secult).

O projeto prossegue até dezembro, com apresentações mensais. Em junho, Carlos Pita, seguido de Júlio Caldas (julho), Rita Braz (agosto), Carlos Barros (setembro), Janela Brasileira (outubro) e Alex Mesquita (dezembro).

Encerrada a segunda etapa de seleção do 5º Festival de Sanfoneiros

O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) concluiu, na tarde desta quarta-feira (9), a segunda etapa de seleção dos candidatos inscritos no 5° Festival de Sanfoneiros.  Dos 33 candidatos selecionados para essa fase, 16 finalistas serão escolhidos.  O resultado deve ser divulgado até sábado, no site www.uefs.br/portal.

A apresentação dos candidatos foi avaliada por uma banca composta de três examinadores. O cantor, compositor e instrumentista Celo Costa , o compositor, músico, arranjador e cantor Moisés Gabrielli, e o acordeonista, produtor musical e arranjador Jó Miranda.

O nível dos concorrentes foi considerado alto pelos avaliadores. “As eliminações vão ser por centésimos”, revelou o avaliador Moisés Gabrieli. “Os elementos observados estão sendo a harmonia, melodia e ritmo, e performance e a execução”, acrescentou Celo Costa.

Essa é a primeira vez que o Festival de Sanfoneiros tem a segunda etapa de forma presencial. “Antes toda a seleção acontecia com o envio da gravação, mas sentimos a necessidade de avaliarmos a performance do candidato”, explicou a diretora do Cuca, Celismara Gomes.

Pedro do Peixe é estreante no festival. Ele é pescador de Riachão do Jacuípe e apresentou uma composição de autoria própria. “Pensava em participar, mas sempre desistia. Para mim foi uma surpresa ter passado pra a segunda etapa e já valeu a minha participação”, declarou.

Já Tadeu do Acordeon participa do evento pela terceira vez.  Ele que aprendeu sozinho a tocar a sanfona já possui  10 anos de carreira. “A importância do festival pra mim não é só competir, mas é a oportunidade de participar de um evento que valoriza a sanfona e o forró de Luiz Gonzaga”, disse.

O Festival de Sanfoneiros conta com apenas uma participante mulher. Lídia do Acordeon, que no ano passado ganhou a menção honrosa, novamente veio da Paraíba para tentar uma premiação. “A sanfona é a minha vida. Desde os nove anos de idade que esse é o meu ‘ganha pão”, revelou.

A grande final do 5° Festival de Sanfoneiros vai ser realizada em 23 de maio, às 19h, no auditório central do campus da Universidade Estadual de Feira e Santana (Uefs). Como são duas categorias que competem – oito sanfoneiros de até 8 baixos e mais oito  acima de 8 baixos – serão dois premiados de R$ 3.500 (1° lugar), dois premiados de R$ 2.500 (2° lugar), dois premiados de R$ 1.500 (3° lugar) e mais uma menção honrosa para o candidato eleito pelo júri popular no valor de R$ 1 mil.

Ascom/Uefs