Mais um poema de Carlos Drummond.
Por que nascemos para amar, se vamos morrer ?
Por que morrer, se amamos ?
Por que falta sentido
ao sentido de viver, amar, morrer ?
Carlos Drummond de Andrade, Corpo, 1984, p. 47.
Mais um poema de Carlos Drummond.
Por que nascemos para amar, se vamos morrer ?
Por que morrer, se amamos ?
Por que falta sentido
ao sentido de viver, amar, morrer ?
Carlos Drummond de Andrade, Corpo, 1984, p. 47.
A morte de um ser amado cria em nos sentimentos extremamente violentos. Um deles é a ausência da pessoa amada. É esse vácuo que ressentimos ao ver essa cadeira vazia, ao se deitar sozinho na cama, ao não ter mais a quem falar do seu dia, dos problemas, de projetos, de viagens… Ele tem que ser dominado.
Leni amava Carlos Drummond. Rita, sua amiga, escolheu esse poema:
AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade, Corpo, 1984, p. 25.
“Eu sem você não tenho porque
porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz
jardim sem luar
luar sem amor
amor sem se dar
E eu sem você
sou só desamor
um barco sem mar
um campo sem flor
Tristeza que vai
tristeza que vem
Sem você meu amor eu não sou
ninguém
Ah que saudade
que vontade de ver renascer
nossa vida
Volta querida
os meus braços precisam dos teus
Teus abraços precisam dos meus
Estou tão sozinho
tenho os olhos cansados de olhar
para o além
Vem ver a vida
Sem você meu amor eu não sou
ninguém”
Vinicius de Moraes
12-13-14jjm18:07
Palavras que ficaram em murmúrio
enquanto esperávamos a partida,
que lembrariam a mais que filosofia
de caminhoneiros – por estradas da vida –
em reconhecimento da viajeira que, sempre,
VOCÊ foi, até se ir para onde somos destinatários…
e, enquanto esteve, na música, nas estórias, no convívio,
nos encantou…
E, agora, ao sabor do Espírito, está a experimentar
do “Amor che muove il sole e l’altre stelle”,
Beatriz VOCÊ de um Dante DENIS,
de nos tão querido!
Teus amigos Jerônimo e Ana Angêlica, e todos nós que vos amamos
“A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim a ser quem sou.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
quero ir buscar quem fui onde ficou.”
Fernando Pessoa