Xangai na Abençoada Terça Espaço Cultural da Barroquinha

 

Dia 09 de agosto Xangai iniciou uma temporada de concertos acompanhado de baixo, bandolim e percussão, todas as terças feiras,  recebendo convidados no Espaço Cultural da Barroquinha.

O convidado da estréia foi Clarindo Silva, da histórica Cantina da Lua. Depois do concerto, Clarindo Silva autografou seu livro, lançado recentemente, Memórias da Cantina da Lua.

O próximo encontro será na terça-feira, dia 16 de agosto.

 

Nathalie Joly em Salvador no SESC Pelourinho

 

O SESC Pelourinho em parceria com o Bureau Salvador-SCAC Recife apresenta o espetáculo Je ne sais quoi (Não sei o quê), de Nathalie Joly com canções escritas a partir da correspondência entre Freud e a cantora Yvette Guilbert.

Freud ouviu Yvette Guilbert (1863-1944) logo no início de sua carreira no Cabaret, em 1890, época de sua primeira estada em Paris, quando acompanhava as consultas do Dr. Charcot. Yvette representa para Freud a Paris de sua juventude. Tocado pelo espírito que com sua interpretação captava o humor e crueza, compaixão e ternura, da alma humana, ele não esconde sua admiração. A autenticidade da arte de Yvette seduz Freud que com ela se corresponde e mantém uma relação de amizade baseada na admiração recíproca, a ponto de colocar um retrato dela na parede de seu consultório. Na França a origem do cantar falado, onde o texto e a linha melódica contam pedaços de humanidade, emerge com Yvette Guilbert que foi durante cinquenta anos a rainha incontestável do café-concerto, retratada por Toulouse Lautrec e a embaixadora da canção francesa em mais de trinta países.

Apaixonada por esse gênero bem europeu, Nathalie Joly construiu o espetáculo Je ne sais quoi a partir de dezenove canções e dezoito cartas inéditas, escritas entre 1926 e 1939. Nathalie criou o espetáculo em 2008, numa iniciativa da Sociedade francesa de psicanálise, em parceria com o pianista Jean-Pierre Gesbert e Jacques Verzier.

Je ne sais quoi, é um espetáculo apaixonante, divertido, (…) Nathalie Joly canta com precisão, ilumina a importância da estrela do Moulin Rouge e do Divan Japonais sem nunca dar um tratamento pesado a fim de explicar o je ne sais quoi (não sei o quê) que atiça as paixões ao redor de Madame Arthur.(Véronique Mortaigne, Le Monde).

Nathalie Joly executa com perfeição a arte do cantar falado e as nuances de um repertório muito parisiense e libertino. Com malícia e extraordinária precisão, ela canta e interpreta o amor sob todas as formas… com uma paixão devoradora. (Diane Shenouda, Europe 1) Nathalie Joly foi primeiro prêmio de canto e de música de câmara. Atriz e cantora, trabalha sob diversas direções. Além de cantar Nathalie produz seus próprios espetáculos musicais através da sua companhia Marche la route na França e no exterior. Montou Je sais que tu es dans la salle sob Yvonne Printemps e Sacha Guitry, Cabaret ambulant e Cafés Cantantes sob direção de Maurice Durozier (Théâtre du Soleil), J’attends un navire, cabaret de l’exil, sob Kurt Weill. No Ano da França no Brasil, Nathalie apresentou Paris Bukarest.

É a quarta vez que Nathalie Joly canta no Brasil e a primeira em Salvador. Não percam!

Serviço :

Je ne sais quoi, show de Nathalie Joly

07.04 às  20h

Teatro SESC-SENAC Pelourinho (Praça José de Alencar, 19 – Centro Histórico) 10R$ e 5R$ .

Fonte: Bureau de Salvador – SCAC Recife

 

Parabéns Salvador!

  

 

Aniversário de Salvador – Bahia

Quatrocentos e sessenta e dois anos

São Salvador da Bahia de Todos os Santos – também conhecida como Bahia, foi a primeira cidade fundada no Brasil (1549), e a primeira capital do país, na época da colonização portuguesa. O nome da cidade tem sua origem na denominação dada pelo navegador italiano Américo Vespúcio à Baía onde ele aportou no dia 1 de novembro de 1503, dia em que se comemora Todos os Santos no calendário Católico. A Capitania Geral da Bahia de Todos os Santos foi a sede do governo colonial português. Por volta de 1824, quando foi promulgada a primeira Constituição brasileira, a antiga capitania foi designada como Província da Bahia, e, finalmente, após a Proclamação da República em 1889, ela tornou-se Estado Federal dos Estados Unidos do Brasil. No entanto, até o final do século XIX, a capital recebeu, simultaneamente, sete denominações diferentes: São Salvador, Salvador, Salvador da Bahia, Bahia, Bahia de Todos os Santos, e São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Atualmente, Bahia designa o Estado e Salvador a sua capital, embora as pessoas oriundas de outras regiões, como também um grande número de baianos, a nomeiam carinhosamente de « Cidade da Bahia », hábito que também é comum entre um grande número de escritores e compositores populares.

A cidade do Salvador da Bahia foi fundada por Tomé de Souza na entrada da Bahia de Todos os Santos, quarenta e nove anos após a chegada dos Portugueses à costa brasileira, para ser a sede do Governo Geral. A cidade construída na Capitania Geral da Bahia de Todos os Santos, nasceu para garantir a posse territorial do país aos Portugueses e para assegura a fixação de um pólo administrativo na Colônia.

Enquanto primeira capital do Brasil, Salvador acumulava a dupla condição de centro administrativo e de entreposto comercial. A cidade era ponto de parada obrigatório para viajantes e comerciantes do mundo inteiro, como também importante porto de desembarque e de comércio, sobretudo de escravos africanos.

Com a transferência da capital para o  Rio de Janeiro (1763), mais próximo das minas de ouro de Minas Gerais, a antiga capital perdeu a sua importância política e permaneceu, segundo o historiador baiano Cid Teixeira, como uma espécie de ilha cultural, guardando assim os símbolos singulares da sua cultura.

Mas, para resumir, quem melhor define a Bahia é Caribé – Hector Júlio Páride Bernabó – nascido no subúrbio de Lánus, em Buenos Aires em 1911, de pai italiano e mãe brasileira. Veio à Bahia pela primeira vez em 1938, após a leitura do livro Jubiabá, de Jorge Amado, estabelecendo-se definitivamente à partir de 1942. Caribé faleceu em 1° de outubro de 1997 aos 86 anos de idade. Durante a sua vida foi jornalista, ilustrador, desenhista, pintor e escultor, deixando uma série de trabalhos que retratam os aspectos culturais populares da Bahia.

« A Bahia não é uma cidade de contrastes. Não é não. Quem pensa assim está enganado… Tudo aqui se interpenetra, se funde, se disfarça e volta à tona sob os aspectos mais diversos, sendo duas ou mais coisas ao mesmo tempo, tendo outro significado, outra roupa, até outra cara… Tudo misturado : gente, coisas, costumes, pensares. Vindos de longe ou sendo daqui, tudo misturado… Além da terra onde um dia descansaremos, há duas coisas : o preto e o branco. Havia. A loura de biquíni tem uma estrutura de ombros formidável, genuinamente sudanesa. A vendedora de mingau, escura como a noite, tem um holandês nos olhos. Tudo misturado… »

         In, CARIBÉ – As sete portas da Bahia. Livraria Martins Editora, São Paulo, 1962, p. 23.