É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor…
A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade…
É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela…
É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação…
É! É! É! É! É! É! É!…
É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor…
A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade…
É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela…
É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação…
“Não, não é uma estrada: é uma viagem! São quarenta anos de bons serviços prestados à cultura popular brasileira. Entre Novos Baianos e a carreira solo, são quarenta discos e quase quinhentas músicas gravadas por Moraes Moreira e grandes nomes da nossa MPB. Ele é considerado, pelos pioneiros Dodô e Osmar, o responsável pela implantação da voz no som do Trio Elétrico. Isto ocasionou o surgimento de astros e estrelas formados a partir daquela escola.
Em dezembro de 2007, a editora Língua Geral publicou o livro A HISTÓRIA DOS NOVOS BAIANOS E OUTROS VERSOS. Utilizando a literatura de cordel e a poesia, Moraes Moreira passou a limpo sua rica trajetória, proporcionando, sobretudo às novas, o conhecimento da história de uma banda que revolucionou o som dos anos 1970. Ele ainda incluiu, nesse livro, letras e comentários sobre a sua atuação fora do grupo.
A boa receptividade desse livro por parte da crítica e do público fortaleceu a idéia de transformar todo esse material em DVD e CD, editados agora pela gravadora Biscoito Fino.
A gravação aconteceu em junho de 2008, na Feira de São Cristovão, ponto de resistência e divulgação da cultura nordestina. Ali, Moraes se sentiu em casa, apoiado pela maciça presença de um público fiel e entusiasmado, além de uma produção cuidadosa, com cenário, iluminação e sonorização sofisticados, contando também com a direção geral de João Falcão, profissional consagrado por seus trabalhos no teatro e no cinema.
Moraes sempre teve muito cuidado para que esse evento não tivesse um tom de volta, de revíval. A verdadeira intenção sempre foi de dar a sua versão para aquela intensa convivência que experimentou com seus manos dos Novos Baianos.
Escolheu, como parceiro para essa empreitada, o seu filho Davi Moraes, que nasceu e viveu os primeiros anos da sua vida na comunidade dos Novos Baianos. Davi costumava ficar mais tranquilo quando era colocado em seu carrinho, perto do som, perto daquela pauleira que rolava. Com certeza absorveu toda aquela energia, toda aquela alegria de tocar. Pepeu Gomes foi se tornando cada vez mais seu ídolo e mestre. De maneira precoce, Davi revelou seu talento e começou a colocar em prática todas essas influências. As presenças de Moraes e Davi no palco se tornaram a representação viva de duas gerações de uma verdadeira família musical.
O show foi dividido em duas partes. Na primeira, Moraes canta e conta, de forma poética e musical, a trajetória do grupo. Passeia por canções como Ferro na Boneca e Colégio de Aplicação, do primeiro disco, Dê um rolê, também gravada por Gal Costa; A Menina Dança, Acabou Chorare, Mistério do Planeta, Brasil Pandeiro e o hino da geração paz amor, Preta Pretinha. Todas interpretadas com a autoridade de quem compôs, com seu parceiro Galvão, praticamente cem por cento daquele repertório.
Na segunda parte, Moreira abre de vez o seu baú, o seu bazar brasileiro de canções, demonstrando intimidade com as mais variadas formas e estilos da nossa música. Sucessos como Meninas do Brasil, Lá vem o Brasil Descendo a Ladeira, Sintonia, Forró do ABC, Eu Também Quero Beijar, além de homenagens a Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, prenunciam o momento mais empolgante do show. Duas inéditas, Spok Frevo Spok e Oi, fazem a ponte, e aí chega o carnaval. Forma-se o Bloco do Prazer. Nas asas de um Pombo Correio embarcam palco e platéia numa verdadeira Festa do Interior, festa da alma e do coração.
Uma banda formada por multi-instrumentistas garante, com competência e brilho, um vigoroso lastro instrumental, que embala e empolga. É o próprio Moraes quem afirma: Esse registro é uma prestação de contas de tudo que fiz, como cantor, compositor, instrumentista, poeta e cidadão, durante essa caminhada”.