Caminhada do Folclore volta às ruas de Feira de Santana

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) já tem tudo pronto para a realização da 13ª Caminha do Folclore, no próximo domingo (26). A iniciativa tem o propósito de preservar, valorizar e divulgar as manifestações culturais do povo nordestino, a chamada cultura de raiz, dando visibilidade aos diferentes aspectos dos traços culturais de Feira de Santana e de outros municípios da Bahia, com expectativa de participação de mais de milhares de pessoas.

O cortejo, mais uma vez, vai percorrer cerca de dois quilômetros da Getúlio Vargas, uma das principais avenidas de Feira de Santana, dando oportunidade para que o público presencie as manifestações culturais. A saída está prevista para as 8h do Centro de Cultura Amélio Amorim, localizado na esquina da rua Frei Aureliano com a avenida Presidente Dutra, no bairro Capuchinos. Os grupos prosseguem pela  avenida Getúlio Vargas até confluência com a avenida Maria Quitéria, local da dispersão.

Estão inscritos 108 grupos de Feira de Santana e de outras cidades baianas.  Eles vão apresentar puxada de rede, quadrilha, capoeira regional e de angola, literatura de cordel, bumba meu boi, samba de roda, afoxé, reisado, samba e caretas, dentre outras manifestações.

Inserida no Guia de Bens Culturais do Brasil, a Caminhada do Folclore, promovida pelo Centro Universitário de Cultura e Arte, o Cuca/Uefs, é o único evento com esse perfil em toda a Bahia. Vem há 13 anos desencadeando um movimento de resgate e revitalização dos grupos locais, evitando a extinção. Marca também o encerramento das comemorações da Semana do Folclore.

Celismara Gomes, diretora do Cuca, observa que ao longo desses 13 anos, “a Caminhada vem passando por um processo de revitalização, levando às ruas os grupos realmente comprometidos com a cultura de raiz”. A partir desse enfoque, o evento tem apresentado várias mudanças, alcançando repercussão fora dos limites de Feira de Santana.

Ascom/Uefs

 

Caixa Cultural abre inscrições para Ciclo Mandacaru de Oficinas de Caligrafia

A Caixa Cultural apresenta mais um Ciclo de Oficinas de Caligrafia produzidos pela Mandacaru Design. Serão quatro oficinas por cidade, com capacidade para 20 pessoas cada. O objetivo do projeto é atender 320 pessoas, dentre profissionais e amadores ligados às artes gráficas e manuais, como artistas plásticos, designers, publicitários, diretores de arte, criativos e interessados em geral. As atividades são gratuitas e buscam exercitar a liberdade criativa. O Ciclo de Oficinas acontece  na CAIXA Cultural Salvador de 19 a 23 de setembro. As oficinas também serão realizadas em Brasília (DF) e Fortaleza (CE). A programação para as próximas cidades pode ser consultada no site do evento, www.mandacarudesign.com.br/caligrafia.

A proposta do projeto é compartilhar o conhecimento de grandes nomes da caligrafia nacional com pessoas que tenham interesse pelo tema, seja iniciante ou experiente, e ainda fomentar nos jovens talentos o prazer de trabalhar sua escrita. Os calígrafos convidados para participar são: Andréa Branco (SP), Cláudio Gil (RJ), Matheus Barbosa (PE) e Tony de Marco (SP). Para se inscrever basta acessar o site do evento e fazer o cadastro. As vagas serão determinadas por sorteio, sempre uma semana antes de cada início de programação. Os sorteados serão notificados pelo e-mail cadastrado e, caso haja desistência, a vaga será liberada para eventual lista de espera.

 

Programação:

Cláudio Gil: 19 de setembro (quarta-feira)

Kalligraphos, Oficina de Caligrafia Experimental – Com um material audiovisual selecionado e o desenho de caligrafias em aula, o instrutor traçará diversos alfabetos que vão desde a Roma antiga até os dias atuais. O objetivo é proporcionar aos alunos uma visão da evolução do alfabeto latino através do tempo e das diferentes culturas em que ele se estabeleceu. Os alunos desenharão, estudarão um alfabeto fundamental, terão noções básicas para a composição de textos e também construirão seu instrumento de trabalho. Não há pré-requisito.

Matheus Barbosa: 20 de setembro (quinta-feira)

Livreto Caligráfico – Será desenvolvida a capacidade de análise, criação e modificação de diferentes escritas: gótica, árabe, grego e devanagari. Para isto, serão utilizadas ferramentas caligráficas recicláveis (penas feitas de lata de refrigerante e cartão magnético) para cópia e modificação destas escrituras. O módulo conta com um grande aporte de imagens para ampliar o repertório do aluno bem como incentivo para a criação dos textos que serão a base para o desenvolvimento de livretos caligráficos. As atividades contemplarão análise de escritas, estrutura das escritas, construção de ferramenta, cópia da escrita, modificação da escrita, composições de textos e construção de livreto. Não há pré-requisitos.

Andréa Branco: 21 de setembro (sexta-feira)

Caligrafia para Designers – A oficina oferece uma introdução à caligrafia, tanto em seu contexto histórico quanto prático. Através de exercícios práticos e observação de alguns trabalhos nacionais e internacionais, o participante conhece as origens do nosso alfabeto e obtém uma introdução dos fundamentos da história da tipografia. É destinada a designers gráficos, artistas plásticos, ilustradores, publicitários, tatuadores e público em geral. O programa inclui um estudo breve da história da escrita e da caligrafia ocidental; a caligrafia e as formas do alfabeto ocidental romano com manejo da pena quadrada; surgimento das minúsculas; estudo prático da pena quadrada no alfabeto romano sem serifas; relações da caligrafia com a tipografia; instrumentos, suportes e tintas; demonstração da pena de bico no alfabeto cursivo inglês; grandes designers calígrafos e publicações.

Tony de Marco: 23 de setembro (domingo)

Safári Foto tipográfico – O grupo sai às ruas para “caçar” letras com celulares ou minicâmeras, para então, na sala de aula, desenhar e remixar o que foi registrado em novas criações, num exercício de observação e alteração criativa das imagens. Como pré-requisito, o participante deverá levar qualquer máquina fotográfica (pode ser celular com câmera), e é recomendado uso de laptop com software de configuração de imagens e cabo para descarregar as fotos.

Ficha Técnica:

Bebel Abreu – Curadora

Andréa Branco – Calígrafa profissional. www.flickr.com/andreabranco

Cláudio Gil – Artista plástico, designer, calígrafo, professor.

www.flickr.com/photos/49471096@N00/

Matheus Barbosa – Designer gráfico.  www.matheusbarbosa.com.br

Tony de Marco – Ilustrador, designer tipográfico digital e pioneiro na street-art tecnológica, criador de mais de 50 alfabetos premiados mundialmente.

www.flickr.com/photos/tonydemarco

Para mais informações acesse:

site www.mandacarudesign.com.br/caligrafia

twitter @MandacaruDesign #CicloCaligrafia

facebook: http://www.facebook.com/MandacaruDesign

CAIXA Cultural Salvador – 19 a 23 de setembro

Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador/BA.

Informações: (71) 3421-4200

Horário: de 10h às 18h, com intervalo para almoço

Entrada: franca

Recomendação etária: 8 anos

Acesso para pessoas com necessidades especiais

CAIXA Cultural Brasília – 3 a 7 de outubro

Assessoria de Imprensa da CAIXA Cultural Salvador(BA)

(71) 3421-4200 / 8726 9600

www.caixa.gov.br/caixacultural

 

Resultado do 12º Concurso Feirense de Fotografia

 

Mais uma vez os associados do Clube de Fotografia Gerson Bullos são os grande campeões do 12º Concurso Feirense de Fotografia promovido pelo Sindicato dos Fotógrafos Profissionais de Feira de Santana – SINDFOFS. O resultado foi divulgado ontem 19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia no blog do Sindicato no endereço http://sindfofs.blogspot.com.br. Conheça abaixo os vencedores do Prêmio Elydio Azevedo Lopes, com o tema “A Arquitetura de Minha Cidade”, nas categorias Profissional e Amador. A exposição acontece no Museu Parque do Saber de 19 a 31 de agosto de 2012.
Das 10 premiações previstas no concurso, os associados do Clube de Fotografia Gerson Bullos ganharam 04 na categoria profissional e 04 na categoria amador, totalizando 08 prêmios.
CATEGORIA PROFISSIONAL
1º Lugar: Antônio Vieira
2º Lugar: Antônio Vieira
4º Lugar: Angelo Pinto
5º Lugar: Lula Mascarenhas
.
CATEGORIA AMADOR
1º Lugar: Nicolau Almeida
3º Lugar: Nicolau Almeida
4º Lugar: Rafael Vieira
5º Lugar: Claudia Freire
Parabéns aos ganhadores!
As fotos são lindas. Clique no link abaixo e conheça as fotografias  vencedoras.
Clube de Fotografia Gerson Bullos
.

Largar tudo e recomeçar

Se eu pudesse

                                                                                                     Danuza Leão

Se eu pudesse, mudava minha vida toda; não que ela esteja ruim, mas só para ver que ela pode ser diferente.

Se eu pudesse, me desfaria de muitas coisas, da minha casa e de quase todas as roupas. Afinal, quem precisa de mais do que dois pares de sapatos, dois jeans, quatro camisetas e dois suéteres, sobretudo quando anda pensando em mudar de vida?

Se eu tivesse muitas joias, enterrava todas elas na areia da praia para que um dia alguém enfiasse a mão brincando, assim para nada, e tivesse a felicidade de encontrar um colar de brilhantes. Afinal, dá para viver sem, não dá?

Das algumas garrafas de champanhe guardadas cuidadosamente, na horizontal, daria para abrir mão, sem nenhuma possibilidade de remorso futuro; champanhe, além de engordar, não passa de um espumante metido a alguma coisa, e nem barato dá, de tão fraquinho que é. Dos vinhos, mais fácil ainda; nada melhor do que o velho e bom uísque, com o qual sempre se pode contar.

E as amizades? Aliás, as amizades, não: as relações. Ah, se tivesse coragem, compraria um novo caderno de telefones e passava só aqueles pouquíssimos nomes que realmente têm algum significado, e que são tão poucos que nem precisaria escrever. Guardaria todos de cor, não na cabeça, mas no coração, e um dia me esqueceria de todos eles.

Se eu pudesse, iria recomeçar a vida em outra cidade, talvez em outro país, para nada, só para começar tudo do zero. Para às vezes sofrer bastante, pensando que poderia ter tido mais juízo e não ter feito tantas bobagens, pois se tivesse errado menos poderia ter sido mais feliz -talvez. Mas alguém tem o poder de fazer alguém sofrer, ou a capacidade do sofrimento é um bem pessoal e intransferível?

Se alguém conseguisse ainda me fazer sofrer, seria um acontecimento a ser festejado.

Se eu pudesse -e não tivesse tantos compromissos-, seria vegetariana, passaria as noites em claro e teria muito amor pelos animais e pelas crianças. Mas como tenho horror a qualquer bicho e nenhuma paciência com criancinhas, a não ser com meus bichos e minhas crianças, vou ter que atravessar a vida levando essa pesadíssima cruz -afinal, ficou combinado que de certas coisas não se pode não gostar, e se não se gostar não se pode dizer, que vida.

Se pudesse, largaria tudo e iria embora para um lugar onde ninguém me conhecesse, onde não teria passado nem futuro; para um lugar esquisito no qual não entenderia a língua do povo nem ninguém entenderia a minha. Seríamos todos, assumidamente, estranhos -como somos no edifício onde moramos, no local de trabalho, dentro de nossa família. Ou você pensa que alguém conhece alguém porque dá beijinhos no elevador?

Se eu pudesse, quando acordasse hoje de madrugada saía descalça só com um casaco em cima da pele e ia molhar os pés na água do mar, sozinha. Depois, ia tomar um café no balcão de um botequim, como fazem os homens.

Se eu pudesse, rasgava os talões de cheques, cortava os cartões de crédito com uma tesoura, fazia uma linda fogueira com os casacos de pele e ia saber como é que vivem os que não têm, nunca tiveram e nunca vão ter nada disso. E aproveitava o embalo para cortar os fios dos telefones, jogar o celular na tela da televisão e o computador pela janela -deve ser lindo, um computador voando.

Se eu pudesse, raspava a cabeça, acendia dois cigarros ao mesmo tempo e tomava uma vodca dupla, sem gelo, num copo de geleia. E pegaria uma gilete para picar em pedacinhos a carteira de identidade, o passaporte e o CPF, sem pensar um só instante nas consequências e sem um pingo de medo do futuro.

E jogava na lata de lixo meus lençóis, meus travesseiros de pluma, meu cobertor e engolia minhas pestanas postiças, só para aprender que a vida não é só isso.

Se eu pudesse, esquecia o meu nome, o meu passado e a minha história e ia ser ninguém. Ninguém.

Se eu pudesse, não, se eu quisesse. Pois é, tem dias que a gente está assim, mas passa.

Danuza Leão, jornalista e escritora, aborda temas ligados às relações entre pais e filhos, homens e mulheres, crianças, adolescentes, além de outros assuntos do dia-a-dia. Publicou seu primeiro livro em 1992. Escreve aos domingos na versão impressa do caderno “Cotidiano”.

Fonte: Folha/UOL – Colunista