Por Simone
Naquela época, para matar a saudade de casa, nos dias de festa, se dançava em
“O balancê, balancê,
quero dansar com você!
entra na roda, morena pra ver,
ô balancê, balancê…”
Interpretado por Gal Costa.
Para ajudar, minhas irmãs mais velhas, trocavam as garrafas de plástico no supermercado, por algumas moedas, essas mesmas garantiam a baguette do dia. Foi então que um anjo então apareceu, ele se chama Denis.
Apesar de se sentir amada, a saudade de casa sempre estava presente. Ela cantava para liberar sua dor.
“Canta, Canta,
passarinho, canta,
canta miudinho,
na palma da minha mão,
quero ver você voando,
quero ouvir você cantando,
quero paz no coração…”
Se ouvia também nos dias de alegria
“C’est si bon,
se promener à Montmartre,
boire un verre de Cognac,
mon amour c’est si bon !
com a sua adaptação original!
Lene em Alma-Marceau (1981)
Quando morávamos em Fontenay aux Roses, a Java de Edith Piaf, se espalhava pela sala de estar:
“Entraînés par la foule
qui s’élance
Et qui danse,
Une folle farandole
Nos deux mains restent soudées…”
Naquela época, houve muito acarajé parisiense, feijoadas internacionais e fantasias de Baiana…
Nos domingos durante os almoços, com a turma dos Brasileiros de Paris, se ouvia samba o que chamo hoje de Música de Domingo, música que esverdeava o céu cinzento de Paris.