Mesmo com corte de salários, professores das universidades estaduais baianas resistem à pressão do governo

EM ASSEMBLÉIA, PROFESSORES DA UEFS DECIDEM CONTINUAR EM GREVE

 

Publicada em 30/05/2011 ás 21:59hs

Em assembleia na tarde de hoje (30), com 143 assinaturas na lista de presença, por apenas três votos contra e quatro abstenções, os docentes aprovaram a continuidade da greve na Uefs. Em todas as falas, os professores responsabilizaram o governo pela continuidade da greve já que o mesmo mantém uma postura intransigente e autoritária ao retirar a proposta da Mesa de Negociação (aqui) durante a última reunião na sexta (27). A decisão da categoria demonstra sua indignação, expressa na disposição para luta mesmo com os salários de abril e maio cortados pelo governo.

A assembleia aprovou uma série de mobilizações e atividades e delegou ao Comando de Greve autonomia para negociar, em conjunto com os outros Comandos de Greve, através do Fórum das ADs. Neste sentido, foi aprovado o encaminhamento de uma nova proposta ao governo, sobre a incorporação da CET e o decreto 12.583/11, na quinta (02) e a solicitação de uma reunião já para a sexta (03), a fim de retomar as negociações. Sobre a CET, o norte para a negociação é flexibilizar o tempo de vigência do Acordo, garantida a incorporação completa, no máximo, até 2014. Quanto ao Decreto, a linha aprovada foi pela manutenção da defesa da autonomia universitária, propondo ao governo o agendamento de reuniões com o Fórum das 12 e o Fórum dos Reitores, sendo a primeira imediatamente (ainda durante a greve), pautando possíveis soluções para os efeitos do Decreto nas UEBA.

Além do Ato Público nesta terça (31) na ALBA, às 10h, e da campanha de mídia na televisão, estão agendadas uma reunião com o Fórum das entidades representativas dos estudantes e dos técnico-administrativos amanhã (31), à tarde, e outra com o Fórum dos Reitores na quarta (01), na UNEB, às 13h, para discutir os impactos do Decreto e as estratégias para garantir a autonomia universitária. No que tange à liminar concedida pela desembargadora Deise Lago, na qual manda o governo pagar os salários, a assessoria jurídica tomará todas as providências cabíveis em caso de descumprimento da ordem judicial, inclusive solicitar a prisão do governador, como faculta a legislação.
 
Na assembleia, a assessoria de comunicação, além de relatar a repercussão da greve na mídia e nas redes sociais, também exibiu o VT que está sendo veiculado pelas afiliadas da Rede Globo em todo o estado (aqui). A expectativa dos docentes é que, com o fortalecimento do movimento e a apresentação de nova proposta, o impasse imposto pelo governo possa ser superado.

 

 

2 pensou em “Mesmo com corte de salários, professores das universidades estaduais baianas resistem à pressão do governo

  1. Lamentável a postura de um governador que foi, quase a vida inteira, sindicalista ou ligado a sindicatos. Gomo gostavam de pregar o diálogo naquele tempo! Me lembra a postura de trecho de poesia de Gregório de Matos Guerra, “Senhora Dona Bahia”:

    “Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna, / e é que, quem o dinheiro nos arranca, /nos arranca as mãos, a língua, os olhos.”

    • Muito bem achado, Lourenço!
      Por outro lado sabe-se que o poder é afrodisiaco. Parece ser o caso de JW!

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