O escritor e dramaturgo Ariano Suassuna estará em Feira de Santana, no dia 06 de maio, para participar da abertura da Celebração das Culturas do Sertão, no Centro de Cultura Amélio Amorim. O evento, promovido pela Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), tem como objetivo promover e difundir as culturas dos sertões em suas diferentes manifestações e linguagens.
Ariano Suassuna foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento envolve as diversas formas de expressões artísticas, como música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema e arquitetura, entre outras
Sua vasta obra tem entre os títulos A História de amor de Fernando e Isaura, (1956); O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971).
Com todo respeito, o movimento Armorial é equivocado, nesta pretensa valorização de uma cultura nacional através do isolacionismo, da xenofobia e do repúdio a tudo que pretensamente não seja brasileiro.
Mas pergunto, como se constrói uma cultura e uma identidade nacional? Do nada? Lógico que não! Nenhuma cultura ou identidade se forma ou sobrevive isolada de outras culturas e outras identidades, tanto mais num povo formado por várias identidades culturais estrangeiras, uma terra de imigrantes.
Lamentavelmente, Ariano está deslocado (para trás) no tempo, com preocupações comuns a teólogos, historiadores e estudiosos da cultura, da década de 20 e 30 do século 20, quando afligia a estas pessoas o país pretensamente não ter uma identidade cultural legítima. Como não a encontraram, a criaram na marra através de mitos, mas isto é outra história.