Canção
Antônio Brasileiro
A alegria mora no olhar.
O ser das coisas não tem sentido.
Felicidade, por que não vives
sem perguntar?
A lua descendo tão devagar
e o manso gado pascendo ali:
por que, poeta, por que não vives
sem perguntar?
A tarde é tudo. Búzios do mar
ecoam em suas conchas o ido.
Só tu, inquietude, não vives
sem perguntar.
In Antônio Brasileiro. Desta Varanda (Alguns poemas), Salvador: P55 Edições, Coleção Cartas Bahianas, 2011, p. 39
Lindo poema, Leni. Transmite paz e ao mesmo tempo a inquietação do ser humano. Amei!