Ciro de Mattos – Um poeta grapiúna

  Ao poder quem pode se apega.

Dois pratos, nenhum equilíbrio.

Visível mesmo é o muro divisor.

Uma justiça que se diz cega,

carece do escuro e nele permanece

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Da cabeceira à foz

Com tantas explicações

Para saber enfim

Que nada sei de mim

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PREGUIÇA

Nasce,
come,
dorme.

Cresce,
come,
dorme.

Cria,
come,
dorme.

Na mesma
árvore
pende
e morre.

 Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, na zona cacaueira da Bahia, em 1939. Seus  versos falam do cotidiano, coisas, lugares e pessoas. Cyro de Mattos trabalhou na imprensa diária carioca e colaborou com diversas publicações literárias. Sua obra, entre livros de crônicas, contos e poesia, ultrapassa os 20 títulos.

 

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